segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Povo dedica hoje seu espaco editorial nobre outra vez ao problema do bullying, agora nos lares

O bullying e a violência no seio da própria família. 70% dos envolvidos com bullying sofrem algum tipo de castigo corporal em casa


"Caracterizado por atos agressivos, intencionais e repetitivos, que se dão sem motivação aparente, demonstrando relação de desigualdade de poder, o chamado bullying escolar é hoje um fato capaz de gerar preocupação entre educadores do mundo todo.

Os estudos propriamente sobre o problema tiveram início na Suécia na década de 70 e aos poucos ganharam importância nos demais países, com índices que variam de 5% a 35% de envolvimento.

No Brasil a discussão sobre o tema é recente, e em vista disso, poucos conhecem a sua gravidade e abrangência. 

Isso não implica que estejamos vivendo no seio de nossas escolas um risco de agravamento dessa questão. Para se ter ideia, pesquisas realizadas na região de São José do Rio Preto, interior paulista, (Fante, 2000/03) e no município do Rio de Janeiro, (Abrapia, 2002), revelaram que a incidência do bullying atinge em média 45% dos estudantes de escolas públicas e privadas.
Já estudo promovido pelo Instituto SM para a Educação, em cinco países (Espanha, Argentina, México, Chile, Brasil), apontou o Brasil como campeão em bullying.

Na semana passada, um dado estarrecedor, apresentado pela pesquisadora Lúcia Cavalcanti Williams, da Universidade Federal de São Carlos, chamou a atenção para o assunto.

De acordo com pesquisa feita com 239 alunos de ensino fundamental em São Carlos (SP), cerca de 70% das crianças e adolescentes envolvidos com bullying sofrem algum tipo de castigo corporal em casa.

Do total de entrevistados, 44% haviam apanhado de cinto da mãe e 20,9% do pai. A pesquisa mostra ainda outros tipos de violência - 24,3% haviam levado, da mãe, tapas no rosto e 13,4%, do pai.

O fato, além de revelar a característica de violência iminente nos lares dessas família, indica o nível de formação a que estão sendo submetidos nossos jovens.

O reflexo dessa situação é sentido na escola tanto por agressores, quanto por vítimas, que sem espelho adequado em casa, usam o ambiente escolar para descontar seus medos e traumas.

Fonte: Direito CE

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