A palavra pode ser nova no nosso vocabulário, mas a prática é antiga e ainda não criaram um termo que defina, sem o estrangeirismo, a triste prática do bullying.
Ela tem se tornado frequente e muitos estudantes vêm sofrendo nas escolas do Rio. Para esclarecer mais sobre o assunto, ainda desconhecido por muitos, o SRZD ouviu a mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade, Marisa Siggelkow, e a psicóloga e doutora em Saúde Pública, Fátima Gonçalves, que integram o Laboratório de Práticas Sociais Integradas do Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida.
As especialistas explicam que o bullying é um termo em inglês que representa o ato de violência praticado nas escolas, expresso tanto através do relacionamento entre as pessoas, quanto nas atitudes agressivas ao patrimônio. É caracterizado por atos de tirania, agressão e dominação de uma pessoa sobre outra, diante do desrespeito às regras. A prática pode acontecer entre os alunos e até mesmo entre os professores do centro de ensino.
Segundo elas, nem sempre uma implicância pode ser caracterizada como bullying, visto que é preciso levar em consideração a intenção de ferir e desqualificar a vítima.
Em meio a tantos conflitos e sofrimentos, há esperança que os envolvidos, tanto o agressor quanto a vítima, desenvolvam uma boa relação. As especialistas explicam que, quando a violência é detectada, é preciso que a escola tome atitudes para impor limites à situação, interrompendo o circuito de agressões. A partir daí, é possível que o perseguidor e o perseguido sejam auxiliados e mudem a relação existente, configurando uma outra maneira de expressar as diferenças, fugindo da violência.
A prática do bullying é diferente entre meninas e meninos
A estratégia de afetar o outro é diferente entre os sexos. Os meninos expressam sua insatisfação com a presença ou atitude de alguém através de agressões físicas, seja por praticar a violência batendo na vítima, ou manifestando a tirania nos cômodos da escola, por fazer pichações ofensivas e ridicularizadoras.
Já as meninas costumam brigar por inveja e ciúme. E para ferir o outro, espalham boatos que depreciam a vítima, enquanto intensificam a agressão verbal no momento em que a fofoca é transmitida.
Segundo a psicóloga e a psicanalista, todos os envolvidos na prática do bullying, seja o opressor, o alvo das agressões e os espectadores, "desfrutam" da dor causada à vítima.
Como enfrentar o bullying?
Cada vez mais os pais e os professores se sentem incapazes de conter a agressão caracterizada pela prática do bullying. Porém, é preciso aprender a conversar e a escutar os filhos e os alunos para que a situação seja revertida.
Segundo as especialistas, escola e responsáveis têm de se unir para reconhecer as frustrações e consequências do bullying e retomar a paz entre os envolvidos.
No último dia 21 de setembro, o "Diário Oficial" publicou uma nova lei que obriga as escolas do Rio a notificarem os casos de violência contra os alunos e professores ao Conselho Tutelar. A nova norma diz que os colégios que não notificarem as agressões podem ser punidos, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A nova lei vale tanto para as escolas públicas, quanto para as particulares.
Fonte: SZRD
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