Três psicólogos de diferentes instituições nacionais concluíram que há muito poucos casos de comportamentos agressivos sobre jovens específicos, num estudo que é hoje apresentado sob forma de livro
A coordenadora do estudo "Bullying - Agressividade em Meio Escolar", Luísa Carrilho, disse à agência Lusa que "ao contrário do que se pensa e do que é transmitido não há tantos alunos 'bullies' (que agridem psicologicamente e fisicamente os seus pares)".
"Há algumas crianças instáveis e até agressivas, mas um bully é uma criança que assume uma acção agressiva para com o seu par de forma continuada, que continuadamente persegue o par, o colega, e que o agride verbalmente, psicologicamente e até fisicamente. O que concluímos é que isso não acontece continuamente", disse Luísa Carrilho.
Nos 1410 alunos do primeiro ciclo de escolaridade de escolas dos concelhos de Oeiras e de Loures sobre os quais incidiu o estudo "menos de 20 eram bullies", ou seja, cerca de 1,4 por cento.
"Claro que há muitos meninos com níveis de agressividade elevados, há muitos. Instáveis também, mas batem à toa e não elegem um objecto de vitimização. Já os bullies elegem uma vítima e agridem-na intencionalmente e constantemente. Desses há muito poucos nas escolas portuguesas", explicou a psicóloga clínica.
O primeiro estudo psicológico sobre bullying concluiu também que, "caso não haja uma intervenção sobre as crianças, delas sairá um bully adulto, ou seja, um mooby".
"Este é um caso que nos preocupa, porque temos indicação de que hoje, nas organizações portuguesas, existem muitos casos de moobying. Em vez de bater ou de chamar nomes, como fazia quando era criança, o indivíduo sentirá prazer em chatear ou embirrar com aquele colega específico, ou fazer da sua vida um inferno, intencionalmente", explicou Luísa Carrilho.
A coordenadora do estudo que é hoje publicado avançou que o próximo passo desta equipa de investigadores será um estudo sobre o moobying.
O estudo "Bullying - Agressividade em Meio Escolar", que contou com a participação também do investigador da Universidade Nova de Lisboa Paulo Nogueira e da directora de Instituto de Prevenção e Tratamento da Dependência Química e Comportamentos Compulsivos, Teresa Bacelar, é hoje apresentado na Livraria Galeria Municipal Verney, em Oeiras.
Fonte: DN Portugal
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