Mais um lamentável acontecimento vem demonstrar gravidade do quadro de violência nas escolas estaduais.

Na noite desta segunda-feira, dia 11 de março, foi assassinada a golpes de faca por um estudante dentro da sala dos professores da Escola Estadual Professor Joaquim de Toledo Camargo, em Itirapina, na região de São Carlos, a professora Simone de Lima, que lecionava naquela unidade escolar. A APEOESP manifesta toda solidariedade à família enlutada.

Fica evidente, uma vez mais, a insegurança a que estão submetidos os profissionais da educação e os estudantes nas escolas públicas estaduais e a incapacidade do Estado, até o momento, para prover políticas que consigam evitar o agravamento deste quadro ou reduzir as ocorrências.

Consideramos que somente haverá soluções consistentes para o problema a partir da conjugação de esforços entre Estado, comunidade escolar, entidades representativas dos professores e demais profissionais da educação e a sociedade civil organizada. Para tanto, é preciso abrir as escolas à efetiva participação da comunidade na sua gestão e na formulação do projeto político-pedagógico, por meio dos conselhos de escola.

No nosso entendimento, o aumento no número de casos de violência também se relaciona com a redução do número de funcionários efetivos nas unidades escolares e sua substituição por trabalhadores terceirizados, que respondem a seus empregadores e não se integram ao projeto político-pedagógico das escolas onde atuam, deixando, assim, de contribuir para prevenir tensões, insegurança e os casos de violência.

Preocupada com esta situação, a APEOESP desenvolve desde o final dos anos 1990 a campanha Paz nas Escolas, realizou uma pesquisa sobre violência nas escolas em 2007 e, agora, está realizando uma nova pesquisa, ainda mais ampla, por meio do Instituto DataPopular, cujos resultados serão divulgados brevemente.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)