Há quatro anos, um professor tem a tarefa de monitorar estudantes em busca de atitudes que possam caracterizar violência. O docente escreve dissertação de mestrado sobre o assunto
Correa, 48 anos, foi convidado pela Smed para desenvolver trabalho contra o bullying em escola do município - Foto: Daniela Xu / clicRBS
Cristiane Barcelos
Uma ação simples desenvolvida na Escola Municipal Ruben Bento Alves, bairro Vila Ipê, em Caxias do Sul, conseguiu quase zerar casos de bullying e de violência escolar nos corredores da instituição. Há quatro anos, o professor Adilson Martins Correa, 48 anos, tem a tarefa de monitorar os estudantes em busca de atitudes que possam caracterizar violência. Ele estima que os casos tenham diminuído em 90%. O docente foi convidado pela Secretaria Municipal da Educação (Smed) a desenvolver o trabalho, porque o colégio registrava grande índice de violência escolar.
O trabalho de Correa é fora da sala de aula, mas não menos importante que a de um professor tradicional. Na entrada e na saída de alunos, no recreio ou em outras atividades em grupo, ele está lá.
A atividade não é apenas mera observação, mas começa por aí. É a partir desse contato inicial que Correa percebe qual aluno deve ser acompanhado e avalia se os pais precisam ser chamados à escola. O docente se antecipa: não espera que os alunos o procurem para solicitar ajuda.
O professor desenvolveu técnicas aparentemente simples mas igualmente eficientes para inibir o ingresso de armas no colégio. Ao suspeitar que algum estudante possui faca ou arma junto ao corpo, por exemplo, a medida não é revistar o aluno _ ação que poderia expor o jovem caso a suspeita não se confirmasse. Correa prefere dar um abraço ou fazer um cumprimento comum entre a gurizada, tocando naturalmente o corpo do jovem e com isso percebendo se ele carrega algo.
A atuação de Correa apresenta bons resultados. Além da diminuição das ocorrências de bullying e outras violências, ele nota que as vítimas passaram a demonstrar confiança na escola e solicitar auxílio aos professores.
Parte da experiência de Correa está na dissertação do mestrado em Inclusão Social e Acessibilidade que ele cursa na Feevale. O docente entrevistou professores e coordenadores das cinco maiores escolas municipais de cada região de Caxias, totalizando 20 instituições e cerca de 20 mil alunos.
Conforme Correa, o bullying tem perpassado as agressões verbais e físicas: a moda é o ciberbullying. Escondidos sob perfis falsos em redes sociais, os jovens publicam montagens fotográficas, imagens ofensivas de colegas ou escrevem comentários maldosos.
O trabalho de Correa é fora da sala de aula, mas não menos importante que a de um professor tradicional. Na entrada e na saída de alunos, no recreio ou em outras atividades em grupo, ele está lá.
A atividade não é apenas mera observação, mas começa por aí. É a partir desse contato inicial que Correa percebe qual aluno deve ser acompanhado e avalia se os pais precisam ser chamados à escola. O docente se antecipa: não espera que os alunos o procurem para solicitar ajuda.
O professor desenvolveu técnicas aparentemente simples mas igualmente eficientes para inibir o ingresso de armas no colégio. Ao suspeitar que algum estudante possui faca ou arma junto ao corpo, por exemplo, a medida não é revistar o aluno _ ação que poderia expor o jovem caso a suspeita não se confirmasse. Correa prefere dar um abraço ou fazer um cumprimento comum entre a gurizada, tocando naturalmente o corpo do jovem e com isso percebendo se ele carrega algo.
A atuação de Correa apresenta bons resultados. Além da diminuição das ocorrências de bullying e outras violências, ele nota que as vítimas passaram a demonstrar confiança na escola e solicitar auxílio aos professores.
Parte da experiência de Correa está na dissertação do mestrado em Inclusão Social e Acessibilidade que ele cursa na Feevale. O docente entrevistou professores e coordenadores das cinco maiores escolas municipais de cada região de Caxias, totalizando 20 instituições e cerca de 20 mil alunos.
Conforme Correa, o bullying tem perpassado as agressões verbais e físicas: a moda é o ciberbullying. Escondidos sob perfis falsos em redes sociais, os jovens publicam montagens fotográficas, imagens ofensivas de colegas ou escrevem comentários maldosos.
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