sábado, 16 de março de 2013

Violência mobiliza Educação e polícia

‘Sozinhas, as escolas não são capazes de resolver todos os problemas’, afirma dirigente regional de Ensino de Bauru

Tisa Moraes com Redação

Preocupada com o avanço da violência nas escolas de Bauru, a Diretoria Regional de Ensino (DRE) e a Polícia Militar (PM) realizaram nova reunião para determinar ações que possam garantir maior segurança nas unidades de ensino. O primeiro encontro havia sido realizado no final de fevereiro deste ano e a ideia é que, no próximo, outros organismos relacionados à infância e juventude possam se juntar ao debate sobre o tema.

Desta vez, foram incluídas nas discussões todas as diretoras das escolas estaduais, que acompanham diretamente a realidade vivenciada por alunos e professores. “Elas trouxeram as demandas específicas de cada unidade para que as ações da PM possam ser aprimoradas”, destaca a dirigente regional de Ensino, Gina Sanchez.

A reunião, realizada na última terça-feira, foi uma iniciativa da PM, segundo o comandante da 4ª Companhia, capitão Fabiano Serpa. As diretoras forneceram informações como horários mais críticos e escolas com maior número de ocorrências, que foram importantes para redefinir o plano de patrulhamento de cada setor da cidade, realizado pela Ronda Escolar.

“Cada região da cidade tem características particulares e, por este motivo, as estratégias e ações conjuntas entre PM e escolas foram definidas individualmente, com a detecção de escolas prioritárias para ronda e de emprego do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência)”, pontua.

De acordo com ele, entre as sugestões apontadas durante a reunião, está realizar um novo encontro com a participação do promotor, juiz e delegado da Infância e Juventude. “Acreditamos que a solução só irá acontecer a partir da mobilização de todos os órgãos envolvidos com o tema”, frisa.


Integração
Entre outras ações que terão continuidade neste ano, Gina destaca o projeto “Diga Não à Violência nas Escolas”, iniciado em maio do ano passado para prevenir a violência e indisciplina dentro das unidades. Há ainda o Sistema de Proteção Escolar, que conta com a atuação do professor-mediador para combater, mediar e prevenir ocorrências de indisciplina nas unidades.

“Queremos ainda intensificar a integração entre a escola e a família, que é fundamental para que esta situação preocupante possa ser revertida. Temos de nos mobilizar em todas as áreas porque, sozinha, a escola não vai ser capaz de resolver todos os problemas”, comenta Gina. Outra medida, segundo ela, será convocar a PM para realizar palestras nas unidades de ensino.

A dirigente frisa ainda não acreditar que a implantação da progressão continuada tenha agravado o quadro de violência e desobediência nas escolas, bem como o número de alunos em cada sala, que ela afirma não passar de 40, em média. “A progressão continuada não existe no ensino médio e os problemas também ocorrem entre estes alunos, que precisam obter nota para serem aprovados”, observa.


Diretora se afasta
A Secretaria Municipal de Educação informou que a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Nacilda de Campos, no Jardim TV, afastou-se do trabalho depois de ser atingida por um caderno durante uma reunião realizada com pais de alunos para tentar contornar problemas de indisciplina dentro da unidade. O objeto teria sido atirado pela mãe de um dos estudantes da escola na última quinta-feira.

A secretaria confirmou ainda que, na semana passada, uma bomba foi lançada dentro da Emef, sem que ninguém ficasse ferido. Na segunda-feira, pais de alunos entraram em contato com o JC para relatar, também, casos de depredação na unidade.

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