Giovana Alonso *
Comediante, piadista, palhaço e engraçadinho. Qual é o nome que melhor se enquadra ao indivíduo que transforma tristeza em milhões de gargalhadas e a desgraça na grande obra de arte do humor? O professor tem a tarefa de ensinar, o médico tem o dever de salvar e o juiz estudou para fazer julgamentos, portanto o artista do riso tem o direito, ou a obrigação, de expor por meio da piada as grandes críticas da sociedade. Digo críticas construtivas, que alterarão de alguma maneira o rumo dos problemas por eles expostos. Não é sempre e nem por todos que a piada é vista de tal maneira, então até que ponto isso é válido?
A mídia é o grande meio de propagação de tais ideias e o ambiente de trabalho desses artistas. Questões como os grandes roubos políticos, a miséria, a fome e as injustiças cotidianas são altamente discutidas em shows de comédia. Quando um comediante apresenta problemas enfrentados pela população e por meio da piada faz chegar aos culpados, a revolta da sociedade pelos problemas causados por estes, a piada atua como primeira mediação para resolver tais conflitos, tornando-se altamente positiva a crítica por meio desta.
Ao dar apelidos para os amigos na escola, fazer trapalhadas durante as aulas, sempre ter um argumento que divirta os parentes no almoço em família, pode fazer de uma criança um futuro artista, porém é na infância que se deve colocar limites para tais brincadeiras para que esta não se torne um possível problema, nos dias de hoje chamados bullying e racismo. Quando alguém pensa ''eu brinco e dou liberdade para que brinquem comigo'' está sendo altamente egoísta, pois não reflete que os seus conceitos, a sua cultura e a sua opinião são diferentes da dos outros. O que tem que ser levado em conta é que ao dar apelidos de caráter pessoal a alguém, quanto a características corporais, estará causando neste um complexo de inferioridade na maioria dos casos. São nas simples brincadeiras que se encontram os julgamentos nunca ditos. Pessoas que praticam esse tipo de ação, o fazem apenas no intuito de usufruir deste meio para auto se afirmar suficiente e superior ao outro.
Nada contra uma brincadeira, um momento de descontração, porém algumas coisas, na forma como pode ter sido dita, pode aborrecer, depreciar e decrescer o outro, muitas vezes causando no alvo problemas psicológicos de inferioridade.
Sabendo o limite da brincadeira, esta nunca será inconveniente, servindo apenas para seu objetivo primordial: alegrar e fazer sorrir.
*A autora deste texto é Giovana Alonso - minha aluna da terceira série do Ensino Médio do Ceeteps – Etec Paulino Botelho – São Carlos – SP.
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