quarta-feira, 6 de março de 2013

Bullying na publicidade?


A marca Gillette gerou polêmica nas redes sociais e acabou tendo que tirar comercial do ar depois de provocar os barbudos
De acordo com o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, “todo anúncio deve ser respeitador e em conformidade com às leis do país; deve, ainda, ser honesto e verdadeiro”. Entretanto, em muitos casos, as propagandas trabalham com limites tênues entre a criatividade e o exagero.
Para Amarílio Ratts , gerente de criação da Flex Comunicação, “o bullying não faz parte da publicidade. A intenção nunca é agredir alguém. Nunca se pensa por esse lado. Acontecem deslizes e falta de atenção. Às vezes a equipe de criação se envolve tanto com a campanha criada que esquece de fazer o papel de advogado do diabo. E nesses momentos pode passar uma coisa ou outra, mas nada intencional”, afirma o publicitário.
A campanha “#Quero ver raspar”, da Gillette, lançada no Crnaval foi alvo de críticas nas redes sociais e repercutiu fora delas, tendo 15 reclamações junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). A propaganda que propõe a depilação masculina, conta com Sabrina Sato, Bia e Branca Peres que pedem ajuda ao cantor sul-coreano Psy a fim de incentivarem os homens a depilarem o peitoral. Alguns consumidores entenderam como uma aversão aos homens com mais pelo e reclamaram da campanha.
Segundo opinião de Eduardo Odécio, presidente da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap-Ce), “a campanha foi calcada no bom humor escrachado, característico do brasileiro. O humor inclusive já rendeu os melhores comerciais da história da propaganda”, completa Odécio.
Leandro Costa, redator da agência 101º macaco, acredita que houve exagero por parte dos consumidores: “vejo que vivemos um momento em uma equivocada visão do politicamente correto impera em diversas mídias. Isso criou uma espécie de consumidores hipersensíveis a qualquer tipo de mensagem, especialmente as publicitárias”, explica.
O publicitário afirma que a boa propaganda fala do dia-a-dia e no cotidiano “existem gordos, magros e narigudos” e enquanto existirem, existirá o estereótipo e poderão ser usados na propaganda. Contudo, para Leandro Costa, o desafio está na abordagem e sensibilidade de quem cria a campanha.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Propaganda da Gillette recebeu15 reclamações junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). A propaganda chocou algumas pessoas por propor a depilação masculina
Dicas
NA HORA DE CRIAR
1 Pensar nos riscos: devemos considerar que quem faz um planejamento considera os riscos que isso envolve, sabe medi-los e calculá-los;
2 Usar do bom -senso: o melhor filtro que existe na hora de criar uma campanha é o bom-senso criativo, e se perguntar se realmente a abordagem contribui positivamente para os objetivos da marca ou produto;
3 Colocar-se no lugar do consumidor: algo que é sempre muito válido é se colocar na pele do consumidor antes, durante e depois de propor qualquer campanha, conceito ou peça publicitária. Seja o que consome o produto ou aquele que vai consumir;
4 Humor sem exageros: não podem ser estereotipado os valores individuais associados a cor, gênero, sexualidade e desrespeito à moral de cada um.
FONTE: Associação brasileira de agências de propaganda (Abap-CE),
Multimídia
Veja a campanha da bgh:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=elmecfpew2y

Nenhum comentário:

Postar um comentário