A extorsão e as agressões dentro das escolas estão cada vez mais frequentes. E os abusos não são caracterizados apenas por ações físicas.
Uma mãe cancelou a matrícula da filha de 12 anos na escola. Os colegas faziam brincadeiras de mau gosto, colocavam apelidos. A garota se sentia humilhada e um dia saiu correndo da sala, mas foi seguida pela turma.
“Na hora de descer as escadas, ela caiu e eles pegaram um saco de lixo e jogaram nela. Aí começaram a chamar de Gorette lixeira”, conta Júlia da Silva Veras, mãe da estudante.
O caso afetou o comportamento da estudante. “Ela ficou mais retraída, as notas dela ficaram um pouco baixa, agora que ela está tentando se erguer e tentar novamente”, afirma a mãe.
Mas e quando a violência não é tão evidente? Não deixa marcas no corpo ou sinais que possam ser identificados facilmente? Os abusos não são caracterizados apenas por ações físicas. Estão presentes também nas ameaças, situações difíceis de provar.
“O bullying moral é o pior de todos. É aquele onde você é discriminado em função de algum preconceito, onde realmente colocam você pra baixo e fazem você acreditar que você é pior do que os demais”, afirma Ângela Maria Branco, psicóloga da UNB.
Em Palhoça, na Grande Florianópolis, a filha de uma mulher pagou para não apanhar de duas colegas de escola e de mais um adolescente. Foram 350 reais ao longo de dois meses, dinheiro que a mãe usaria para pagar a faculdade onde estuda.
“Diziam pra ela que se ela não desse dinheiro eles iam bater nela... E ela disse que não me contava porque eles ameaçavam ela. ‘Se tu contar pra tua mãe, a gente vai te pegar, vai te matar até’”, conta a mãe.
A menina ameaçada mudou de escola, mas as alunas que extorquiram dinheiro continuam indo às aulas normalmente.
Um projeto em discussão no Senado tenta reduzir a violência nas escolas. A idéia é criar uma rede de informações entre União, estados e municípios, e um telefone para denúncias.
“A questão principal do bullying é realmente prevenção. No caso do professor, ele deve observar a dinâmica da relação da criança com os colegas e no caso dos pais, observando como o filho está se posicionando em relação á escola”, orienta a psicóloga.
O projeto que cria o sistema nacional de combate à violência nas escolas só pode ser votado no Senado depois das eleições.
Fonte: Jornal Hoje Brasília
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