Quem é vítima de bullying nem sempre denuncia, mas crianças e adolescentes dão sinais. Lei entra em vigor dentro de três meses.
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O assunto é um tipo de abuso que afeta milhares de crianças e jovens pelo mundo todo e milhares delas aqui no Brasil. Combater o bullying é lei. Não é só brincadeira de criança. Esses abusos têm consequências e precisam ser levados a sério.
Isso pode complicar a vida de muita gente e levar marcas para a vida inteira, como casos de depressão na infância e adolescência. Pais se queixam de que a lei não traz punição, mas a ideia é incentivar escolas a assumir responsabilidades no combate ao bullying.
É isso todo dia: “Eles me chamam de gorducha, baleia assassina, de saco de areia, banana estragada, um monte de coisa. Eu me sinto muito triste porque eu me sinto excluída”, diz uma menina.
Machuca só de ouvir! Imagina a vítima. E é comum. Mas fora o apelido de mau gosto, a exclusão, tem um monte de tipo de bullying. Agora está tudo definido na lei, que vale para o país todo.
Xingar, ignorar, chutar, bater, enviar mensagens falando da intimidade. Fazer montagem em foto por exemplo, e mudar dados pessoais para deixar a pessoa com vergonha, humilhada. Se é com intenção, e mais de uma vez, é bullying.
Quem é vítima de bullying nem sempre denuncia, mas crianças e adolescentes dão sinais. Os mais comuns: tristeza, isolamento e pode chegar até o ponto de eles não quererem mais ir para a escola.
Mas é a escola mesmo, o clube, a agremiação recreativa, que vão ter obrigação de dar um jeito de prevenir e combater o bullying. Está assim na lei.
A Associação de Pais e Mestres criticou a lei. “A lei não prevê nem a punição para a escola que não fizer o programa de forma adequada e eficaz e muito menos a punição para o agressor”, diz Luis Cláudio Megiorin, membro da associação.
O Ministério da Educação defende a conversa com o agressor. Quanto à escola, disse que vai acompanhar e não descarta uma futura punição. A lei entra em vigor dentro de três meses.
“É evidente que as sanções poderão existir, caso essa lei não seja cumprida”, afirma Paulo Gabriel Nacif, da Secadi-MEC.
Em Brasília, uma escola percebeu, há 4 anos, que o cyberbullying estava demais, passando da conta. Começou a treinar professores, discutir com os pais e os próprios alunos. O psicopedagogo disse que os casos caíram pela metade. Se a conversa com quem faz bullying não dá resultado, o caminho é esse:
“Medidas punitivas, que vão desde as questões de mudança de sala, suspensões até a própria saída da escola”, afirma o psicopedagogo Luiz Ricardo O’donnell.
O bullying de que se fala muito é de criança para a criança, ou entre os adolescentes. Mas tem também o bullying de professor para aluno. Foi o caso dos trigêmeos da Ana Cristina. Depois de humilhações seguidas, chamadas de atenção aos berros.
“A minha menina entrou em um estado melancólico, que a levou a uma depressão profunda, e que a levou a um estado de anorexia aguda”, relata Ana Cristina Bendito, mãe.
E até virou caso de polícia. “A Delegacia da Criança e do Adolescente investigou, concluiu sim que houve crime cometido contra a criança”, lembra Ana Cristina Bendito.
O Ministério da Educação não tem dados sobre esse tipo de bullying. Em 2012, o IBGE entrevistou 109 mil alunos e 20% disseram, abertamente, sem dificuldade, que fizeram bullying contra os colegas. Difícil é a vítima esquecer.
“Eu acho que elas deveriam agir muito bem comigo porque todos nós somos iguais”, diz uma menina que preferiu não se identificar.
A lei fala também que estados e municípios terão que fazer relatórios de dois em dois meses sobre casos de bullying. É assim que o Governo Federal espera ter uma estatística sobre o problema.
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