quinta-feira, 31 de março de 2011

V Jornadas da Adolescência

Depois da apresentação de um estudo sobre o “bullying” na Escola Secundária das Laranjeiras, integrada num painel decorrente das V Jornadas da Adolescência promovidas por aquela escola, veio há dias Cláudio Almeida, líder contestado da JSD/A, reivindicar um estudo aprofundado sobre o fenómeno nas escolas da região. Sem dúvida, pertinente, entre muitas outras coisas, a realização de tal estudo, mas mais importante do que quaisquer estudos, é reconhecer que não haverá melhor análise a fazer às escolas do arquipélago, do que conhecê-las e os seus problemas, ouvir e registar o que conselhos executivos dizem, de que se queixam os professores, do que precisam os alunos. Não deixa de ser irónico, se não fosse tão sério, ser Cláudio Almeida a pedir a realização de tal iniciativa.


Relembrar apenas alguns factos. O agora presidente da JSD/A foi reeleito num congresso durante o qual a palavra “irregularidades” assumiu todas as luzes da ribalta. Todas as entradas do dicionário jovem social-democrata tinham como definição o mesmo vocábulo, ainda que no singular. Falou-se, na altura, de “falsificação de assinaturas”, no que respeitou à votação dos delegados, acusação essa feita por Alexandre Gaudêncio, o jovem laranja vencido, mas não convencido, e muito menos conformado. Se bem me recordo, à altura, o conclave encheu páginas de jornais com denúncias mútuas graves, queixas de falta de legitimidade (de Almeida), tendo o seu adversário proposto a “expulsão de todos os envolvidos nos esquemas manhosos”, a começar pelo líder recentemente reeleito.


Berta Cabral, presente na reunião magna dos jovens social-democratas açorianos, foi peremptória a referir que “a JSD/A escolheu, está escolhido”, atirando qualquer responsabilidade indirecta (ou comentário, sequer) para o regaço de outros. Mais recentemente, foi tornado público que a JSD/A (o seu Conselho de Jurisdição) abriu um processo disciplinar ao presidente, por este (supostamente) não cumprir com o disposto nos estatutos da juventude que dirige. E soube-se ainda mais recentemente que Almeida foi ilibado, segundo “fonte partidária”, de todas as acusações.


Confuso, não? Mas piora. Gaudêncio parece querer novas eleições, mas desta vez com um terceiro candidato, a chamada “terceira via”, para dessa forma evitar contestações, irregularidades e contradições. Parece mentira, mas é verdade! É Cláudio Almeida que quer um estudo sobre o “bullying” nas escolas da região. Deveria começar por pedir um estudo sobre o fenómeno na juventude a que preside, agora que parece reabilitado daquela chuva de acusações. O sociólogo responsável poderia até ser o mesmo.


Fonte: ferdomarta@gmail.com

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