Com o objetivo de dar uma basta na violência escolar, a Secretaria Estadual de Educação implantou o programa Professor Mediador Escolar e Comunitário em mais de mil unidades e 37 municípios desde junho do ano passado. A medida tem o objetivo de evitar que a indisciplina de alunos ultrapasse os portões das escolas e se torne caso de polícia. Foi justamente o que ocorreu neste mês em Franca. Dez alunos – nove deles menores de 18 anos – se envolveram em ocorrências de agressões, porte de drogas e ameaças. Na cidade, o programa tem 25 mediadores (22 são mulheres) em 24 das 55 escolas estaduais. Com a mesma carga horária e salários de um professor, o mediador tem a função de adotar práticas restaurativas para evitar conflitos no ambiente escolar, visitar pais ou parentes dos estudantes para orientações, tentar trazer de volta alunos que saíram da escola, além de desenvolver projetos e atividades pedagógicas ligadas à questão da violência. “Ele também tem o papel de estreitar as relações entre a escola e a comunidade e órgãos como Conselho Tutelar, Ministério Público, Secretaria de Saúde, Assistência Social, entre outros”, disse Beatriz Graeff, supervisora de Proteção Escolar da Secretaria Estadual de Educação. “Nosso trabalho funciona principalmente na base da conquista. Estreitar as relações e ganhar a confiança dos alunos e da família demora um pouco, mas tem valido a pena”, disse José Roberto Guerra, professor-mediador da Escola Estadual Maria Pia Silva Castro, no Parque do Horto, em Franca. Em nove meses de trabalho, o mediador disse que já visitou famílias, aconselhou crianças e conseguiu trazer de volta à escola dez estudantes. “O combate à evasão escolar também é um dos alvos. Nosso trabalho é o de formiguinha, mas o retorno pode ser visto na dedicação e no rendimento das crianças na sala de aula.” A atuação do professor mediador não está ligada a uma faixa etária específica ou a uma série. Junto com diretores e coordenadores, ele atua para todo o público escolar. Na escola francana João Marciano de Almeida, em que cinco jovens foram pegos usando drogas no portão, por exemplo, a mediadora trabalha alunos da 5ª série ao 3º ano do ensino médio. “A violência não escolhe sala. Temos que trabalhar com todos os estudantes, independentemente de classes problemáticas ou não”, disse a professora-mediadora Tânia Isabel da Silva. Segundo ela, os alunos que registraram problemas já estão sendo orientados. “Conversamos com eles e seus familiares, tentamos mostrar que a escola está aqui para ajudá-los a mudar as rédeas de suas vidas e a escolher um caminho melhor.” Para se candidatar ao programa, o professor-mediador precisa ter um perfil apaziguador e passar por um treinamento com palestras e cursos. As escolas são escolhidas de acordo com o histórico de violência ou vulnerabilidade. Fonte: Portal GCN
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