domingo, 29 de maio de 2016

Saúl, a joia do Atlético que sofreu bullying no Real


 AFP.COM / PORTAL DO HOLANDA

PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP</p>
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Herói da classificação do Atlético de Madri para a final da Liga dos Campeões, com um gol antológico diante do Bayern de Munique, Saúl Ñíguez enfrentará na decisão deste sábado o Real Madrid, tentando deixar para trás momentos complicados que passou nas categorias de base do clube 'merengue'.
Natural de Elche, perto de Valência, Saúl tentou jogar com o Real Madrid pela primeira vez aos oito anos, mas não foi aprovado na peneira.

Ele teve outra oportunidade aos 11, conseguiu integrar 'La Fábrica', como é conhecida a academia de futebol 'merengue', mas a história não teve final feliz.
"Aconteceram problemas fora de campo. O lado esportivo ia bem, mas passei por situações que um menino de 11 ou 12 anos não pode viver", relatou o atleta, em entrevista ao jornal El Mundo.
"Roubavam minhas chuteiras, minha comida e já fiquei duas semanas de castigo, sem pode pisar no Centro de Treinamento, por causa de coisas que eu não fiz. Me acusaram de ter escrito uma carta com ofensas contra o treinador", justificou.
Para escapar dessa situação, o jovem deixou o Real, com 13 anos de idade. Depois de um tempo de incerteza, foi 'resgatado' pelo técnico Pepe Fernández, com um convite para integrar a base do Atlético.
Com a camisa 'colchonera', encontrou um ambiente mais saudável e não demorou a despontar. Na adolescência, foi convocado várias vezes para seleções de base da Espanha.
Bicicleta contra o Real
O sonho de jogar como profissional foi realizado em março de 2012, com apenas 17 anos, numa partida de Liga Europa contra o Besiktas, da Turquia. No mesmo ano, conquistou o título europeu Sub-19 com a 'Rojita'.
Apesar do seu talento ter sido reconhecido muito cedo, demorou para se firmar na equipe. A primeira partida na primeira divisão espanhola foi apenas em abril de 2013, na vitória pro 2 a 1 sobre o Sevilla.
Ao final daquela temporada, Saúl já contava no seu currículo com os títulos da Liga Europa de 2012 e da Copa do Rei de 2013, mas com pouquíssimo tempo de jogo.
Por isso foi emprestado ao Rayo Vallecano na temporada 2013-2014 e acabou sendo fundamental na permanência do clube na elite. O primeiro gol na Liga Espanhola foi em novembro de 2013.
Com bom desempenho no Rayo, voltou com moral para o Atlético, firmando-se aos poucos como um dos homens de confiança do técnico Diego Simeone. Jogador muito versátil, pode ser escalado como primeiro ou segundo volante, ou até na zaga.
Saúl também mostrou a capacidade de marcar gols antológicos em momento decisivos. Em fevereiro de 2015, acertou uma linda bicicleta na goleada de 4 a 0 que o Atlético aplicou no Real.
A obra-prima, porém, foi em abril deste ano, contra o Bayern. A joia recebeu no meio, entortou quatro marcadores e finalizou com um chute colocado que bateu na trave antes de entrar.
"Este gol de Saúl foi um dos melhores dessa edição da Liga dos Campeões: técnica, velocidade e elegância", elogiou o ex-craque alemão Lothar Matthaus no Twitter.
Além da beleza plástica, o gol foi fundamental, já que garantiu a vitória por 1 a 0 em casa, antes do Atlético se classificar apesar da derrota por 2 a 1 na Alemanha.
Uma semana depois, Saúl renovou seu contrato com o Atlético até 2020. Com esse vínculo, terá várias oportunidades de se vingar novamente do bullying que sofreu no Real. A próxima será neste sábado, em Milão, com a 'Taça Orelhuda' da Champions em jogo.

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