O Ministério da Educação e Ciência (MEC) já está de posse dos dados sobre a violência nas escolas relativos ao ano letivo 2010/2011, desde novembro, mas ainda não os divulgou. O conhecimento dessa informação é fundamental para a compreensão da evolução e do impacto de “novas modas” de violência e, consequentemente, para a elaboração de estratégias de intervenção proativa. É ainda importante para que se evitem especulações baseadas em meras intuições, ou em empolamentos com inconfessadas (más) intenções de quem pretende denegrir (essencialmente) a escola pública, como se os atos de violência respeitassem os limites entre o público e o privado.
Situações de violência (ou violências escolares), como intimidações, ameaças, exclusões, discriminações, sempre existiram no quotidiano das escolas, asfixiando o ambiente de felicidade e bem-estar que é essencial para a construção duma educação de qualidade. Na escola pública ou na privada!
As formas de violência que se entrecruzam na dinâmica escolar são intrínsecas, mas também extrínsecas. Desde os primórdios da humanidade, independentemente do local, houve sempre “valentões” ou “poderosos” que vexaram as suas vítimas, houve sempre alguém que evidenciou o prazer de irritar e exasperar os seus semelhantes, muitas vezes por motivos irrelevantes, e a escola é um cadinho dos vícios e das virtudes da sociedade onde está inserida.
Apesar de ser um inegável fator limitativo do sucesso do processo de ensino/aprendizagem, as práticas de violência eram muitas vezes etiquetadas como brincadeiras inofensivas, ou como tal olhadas. O fenómeno entroncava num padrão do senso comum, que o entendia como normal e típico das crianças, próprio do seu processo evolutivo e de integração.
Este alheamento social e escolar permitiu (e legitimou, por omissão) muito sofrimento em muitos alunos, provavelmente com sérias consequências no seu desenvolvimento psíquico e na queda da sua autoestima.
Nas últimas décadas, tem sido dada outra atenção social ao problema da violência nas escolas, assente muitas vezes em conceções diversas e equívocas, passando a ser uma questão de interesse para a investigação e objeto de preocupação das escolas e dos responsáveis governamentais.
Atraiu também a atenção mediática, que surgiu frequentemente como mola impulsionadora dos debates, por vezes vulgarizando ou mistificando o problema ao focar a atenção em acontecimentos mais dramáticos, escamoteando os factos mais triviais que, pela sua frequência, têm consequências nefastas no clima da escola e na deterioração das relações entre os diversos atores escolares. Os próprios alunos (e também alguns pais e professores) nem sempre percecionam como violentos alguns dos seus comportamentos.
Situações de violência (ou violências escolares), como intimidações, ameaças, exclusões, discriminações, sempre existiram no quotidiano das escolas, asfixiando o ambiente de felicidade e bem-estar que é essencial para a construção duma educação de qualidade. Na escola pública ou na privada!
As formas de violência que se entrecruzam na dinâmica escolar são intrínsecas, mas também extrínsecas. Desde os primórdios da humanidade, independentemente do local, houve sempre “valentões” ou “poderosos” que vexaram as suas vítimas, houve sempre alguém que evidenciou o prazer de irritar e exasperar os seus semelhantes, muitas vezes por motivos irrelevantes, e a escola é um cadinho dos vícios e das virtudes da sociedade onde está inserida.
Apesar de ser um inegável fator limitativo do sucesso do processo de ensino/aprendizagem, as práticas de violência eram muitas vezes etiquetadas como brincadeiras inofensivas, ou como tal olhadas. O fenómeno entroncava num padrão do senso comum, que o entendia como normal e típico das crianças, próprio do seu processo evolutivo e de integração.
Este alheamento social e escolar permitiu (e legitimou, por omissão) muito sofrimento em muitos alunos, provavelmente com sérias consequências no seu desenvolvimento psíquico e na queda da sua autoestima.
Nas últimas décadas, tem sido dada outra atenção social ao problema da violência nas escolas, assente muitas vezes em conceções diversas e equívocas, passando a ser uma questão de interesse para a investigação e objeto de preocupação das escolas e dos responsáveis governamentais.
Atraiu também a atenção mediática, que surgiu frequentemente como mola impulsionadora dos debates, por vezes vulgarizando ou mistificando o problema ao focar a atenção em acontecimentos mais dramáticos, escamoteando os factos mais triviais que, pela sua frequência, têm consequências nefastas no clima da escola e na deterioração das relações entre os diversos atores escolares. Os próprios alunos (e também alguns pais e professores) nem sempre percecionam como violentos alguns dos seus comportamentos.
A expressão de violência escolar mais mediatizada nos últimos tempos tem sido o bullying. Em Portugal, o fenómeno entrou na discussão pública, veiculado pela incisiva atenção da comunicação social sobre alguns casos de extrema gravidade. Em março de 2010, foram muitas as manchetes e aberturas de telejornais sobre dois casos de “suicídio” que abalaram a sociedade portuguesa: o “caso Leandro”, um aluno de uma escola de Mirandela, e o caso de um professor da Escola de Fitares, ambos por alegadamente serem vítimas de bullying.
O termo “bullying” entrou assim rapidamente no vocabulário do senso comum, muitas vezes confundido com a dimensão dos casos impulsionadores da atenção da imprensa e ocultando ou ignorando as situações do dia a dia das escolas, importantes na gestão do bem-estar e convivência escolares.
Com a explosão da comunicação propiciada pelas tecnologias da informação e comunicação, particularmente a internet e os telemó-veis (utilizando sms, emails, vídeos, blogs, fotologs, redes sociais…), a tendência de irritar e exasperar os outros ganhou nova dimensão: o cyberbullying. O agressor já não tem que ser mais forte, basta-lhe estar equipado com um telemóvel ou um computador conetado e estar determinado em aterrorizar.
O cyberbullying é um problema novo e emer- gente, não circunscrito ao meio escolar e aos alunos; é uma forma de violência amplificável à escala global, ainda pouco conhecido na sua multidimensionalidade e extensão, mas de impacto reconhecidamente mais mordaz e intrusivo que as outras formas de violência: socialmente dependente do telemóvel ou da internet, a vítima sente-se permanentemente acossada (24/24 horas), ainda que se encontre num espaço outrora seguro, como a própria casa, e especialmente se o agressor permanece anónimo.
O impacto da(s) violência(s) sobre as vítimas tem efeitos imedia-tos e de curto prazo, mas também pode ter consequências a longo prazo. Para além das sequelas físicas, há efeitos nocivos ao nível emocional, como a baixa autoestima ou outros distúrbios psicológicos. Impõe-se pois uma ação contínua, concertada e sem tréguas, da escola e da sociedade (“magma” de muita da violência dita escolar), e em adaptação contínua para fazer face à sua evolução.
A divulgação da informação que o MEC ainda detém é importante para a perceção das modalidades de violência e sua frequência em meio escolar, ou com impacto no mesmo, e para que o seu combate possa ser proativamente abordado. Só com um conhecimento fundado em dados fidedignos e atualizados se pode definir uma adequada política de intervenção para a prevenir ou debelar. Todo o tempo que se possa ganhar neste combate é importante, pois pode significar o resguardo ou a diminuição de muito sofrimento.
O termo “bullying” entrou assim rapidamente no vocabulário do senso comum, muitas vezes confundido com a dimensão dos casos impulsionadores da atenção da imprensa e ocultando ou ignorando as situações do dia a dia das escolas, importantes na gestão do bem-estar e convivência escolares.
Com a explosão da comunicação propiciada pelas tecnologias da informação e comunicação, particularmente a internet e os telemó-veis (utilizando sms, emails, vídeos, blogs, fotologs, redes sociais…), a tendência de irritar e exasperar os outros ganhou nova dimensão: o cyberbullying. O agressor já não tem que ser mais forte, basta-lhe estar equipado com um telemóvel ou um computador conetado e estar determinado em aterrorizar.
O cyberbullying é um problema novo e emer- gente, não circunscrito ao meio escolar e aos alunos; é uma forma de violência amplificável à escala global, ainda pouco conhecido na sua multidimensionalidade e extensão, mas de impacto reconhecidamente mais mordaz e intrusivo que as outras formas de violência: socialmente dependente do telemóvel ou da internet, a vítima sente-se permanentemente acossada (24/24 horas), ainda que se encontre num espaço outrora seguro, como a própria casa, e especialmente se o agressor permanece anónimo.
O impacto da(s) violência(s) sobre as vítimas tem efeitos imedia-tos e de curto prazo, mas também pode ter consequências a longo prazo. Para além das sequelas físicas, há efeitos nocivos ao nível emocional, como a baixa autoestima ou outros distúrbios psicológicos. Impõe-se pois uma ação contínua, concertada e sem tréguas, da escola e da sociedade (“magma” de muita da violência dita escolar), e em adaptação contínua para fazer face à sua evolução.
A divulgação da informação que o MEC ainda detém é importante para a perceção das modalidades de violência e sua frequência em meio escolar, ou com impacto no mesmo, e para que o seu combate possa ser proativamente abordado. Só com um conhecimento fundado em dados fidedignos e atualizados se pode definir uma adequada política de intervenção para a prevenir ou debelar. Todo o tempo que se possa ganhar neste combate é importante, pois pode significar o resguardo ou a diminuição de muito sofrimento.
Fonte: Correio do Minho
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