sábado, 28 de janeiro de 2012

Rosie Huntington-Whiteley afirma que já sofreu bullying na vida

SÃO PAULO - Um par de lábios carnudos pode ser determinante na vida de qualquer mulher. A top model britânica Rosie Alice Huntington-Whiteley, 24 anos - que esteve semana passada no Brasil para desfilar pela Animale na São Paulo Fashion Week -, sabe bem disso. Afinal, foram os grossos e vermelhos lábios de Rosie os responsáveis pelo seu próprio nome. Depois de uma cesariana particularmente complicada, sua mãe, Fiona, nem pensou duas vezes quando a enfermeira lhe trouxe a menina e anunciou:- Ela tem lábios que lembram pétalas de rosa.

Emocionada, Fiona disse no ato:

- Vou chamá-la Rosie!

Mais tarde, quando Rosie ainda era uma adolescente de 15 anos na fazenda da família em Devon, na Inglaterra, o bullying no colégio era sobre os seios pequenos, o aparelho nos dentes e, novamente, aquela boca enorme. No ano seguinte, em 2003, fascinada com o mundo da moda e ainda achando que queria ser estilista, Rosie começou um estágio numa agência de modelos em Londres e serviu muito cafezinho até trocar de agente e conseguir o seu primeiro trabalho, um comercial para a Levis.

Hoje, Rosie lembra desses episódios e ri com a certeza de que aquelas grossas pétalas de rosa se transformaram em seu maior trunfo, ajudando a modelo a entrar para o seleto grupo de anjos sensuais a desfilar as lingeries de Victoria's Secret (VS) desde 2006; a ser o rosto da Burberry desde 2009; a ser considerada a mulher mais sexy do mundo por revistas masculinas como "FHM" e "Maxim"; a desfilar e fotografar para praticamente todas as grandes grifes de moda do planeta; a posar nua para o calendário Pirelli, fotografada por Terry Richardson; a substituir outra musa adolescente, a atriz Megan Fox, no terceiro e mais recente filme da série de carros-robôs alienígenas "Transformers" ("Transformers: o lado oculto da lua"); e a ser objeto de uma pesquisa científica realizada na Universidade de Havard na qual os cientistas concluíram que a visão da modelo provoca nos homens uma reação no sistema nervoso próxima da reação causada pela cocaína.

Na sala do Hotel Fasano, em São Paulo, onde Rosie enfrentou a maratona de entrevistas para a imprensa brasileira (dando pausas apenas para uns tragos de cigarro e os retoques de maquiagem), pergunto o que ela pensa do estudo de Harvard. Ela se mostra surpresa. Diz que nunca tinha ouvido falar naquilo, gagueja e acaba admitindo:

- Eu não faço a menor ideia do que pensar sobre isso - diz, às gargalhadas. - Parei de ler sobre coisas bizarras e fofocas a meu respeito na internet.

Cercada de uma equipe de dez pessoas e uma assessora pessoal que quer controlar do tempo das entrevistas às fotos que serão publicadas na mídia, Rosie Huntington-Whiteley afina o controle de sua carreira num momento em que a inspiração é a brasileira Gisele Bündchen:

- Gisele é a deusa de todas as modelos. Ela passa uma imagem sexy, sua carreira é tão completa, que sempre olho para ela quando preciso de algum tipo de orientação ou inspiração. Ela fez trabalhos diversos como modelo, faz filmes, nem sei se ela faz música, mas já fez vídeos maravilhosos e trabalhos voluntários, ela é essa figura completa. Estou sempre aguardando para saber o que ela fará no momento seguinte, o seu próximo passo - afirma.

A ideia de ter uma carreira além das passarelas e dos cliques é um desejo antigo, diz Rosie, mas se tornou mais consistente ano passado, quando o diretor Michael Bay - que já havia trabalhado com Rosie em campanhas para a Victoria's Secret - a convidou para estrelar, ao lado do ator Shia LaBeouf, o terceiro filme da franquia "Transformers". A experiência a conquistou, apesar de um filme de ação com robôs e muita destruição não ser exatamente o palco para a exibição de dotes interpretativos.

- Michael demanda muito de seu elenco e de sua equipe. É uma das pessoas que mais trabalham duro que eu já vi na vida, estava sempre gritando com todo mundo. Trabalhar com uma pessoa tão talentosa no meu primeiro filme foi uma honra. Gravar as cenas de ação foi fácil. Tenho certeza que meu desejo de fazer filmes de ação vem em $de meu passado como uma garota de fazenda, por ter um estilo de vida mais livre, correndo pelos campos, andando a cavalo e bicicleta - diz.

Desde então, Rosie estuda interpretação em suas horas vagas e, este ano, pela primeira vez em seis anos, não desfilará para VS por conta de compromissos com o cinema que ela prefere ainda não revelar. Rosie foi substituída como a líder dos anjos por Karlie Kloss e muita gente na época partiu para a maldade dizendo que a troca representava "um sopro de ar fresco" nos desfiles de lingerie mais famosos do mundo. Rosie está alheia às intrigas e garante que nada a impede de voltar a desfilar para VS novamente. Mas seu objetivo hoje é muito maior.

- Nos últimos dez anos, a indústria de moda mudou dramaticamente. Atrizes estão mais abertas a ter também uma carreira na indústria da moda ou ser a cara de determinado produto ou marca de luxo. E isso me deixa feliz porque, por sua vez, abre a possiblidade para que modelos façam outras coisas como trabalhos de intepretação ou serem porta-vozes de determinadas causas. As fronteiras se diluíram. Apresentar um programa de TV, escrever um livro, são tantas coisas que eu gostaria de fazer como modelo, tenho certeza que há inúmeras coisas que atrizes querem fazer além de interpretar - afirma.

Ano passado, Rosie comprou uma mansão em Los Angeles com seu namorado, o ator inglês de filmes de ação Jason Statham. Curtir a nova casa em festas e jantares com os amigos virou aquilo que a modelo mais gosta de fazer quando não está viajando, o que acontece sempre. Em 2011, por exemplo, após passar três semanas filmando "Transformers" em Los Angeles ela percebeu que aquelas foram as primeiras três semanas que ela havia passado num único lugar nos últimos oito anos. O que não significa que a garota da fazenda tenha desaparecido.

- Quando eu volto para casa da minha família eu percebo como fui protegida quando era criança. Como minha vida era pequenina, de um jeito muito bonito. Eu acho que quando atingi os 19, 20 anos, comecei a me desenvolver de fato, me tornar uma mulher. Mas eu diria que ainda há algo intrinsecamente do interior em mim. Afinal, eu adoro meter a mão na terra e, embora não pareça, eu ainda gosto de comer como uma garota do campo.

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