sábado, 28 de janeiro de 2012

Falta de orientação gera violência nas escolas

O flagrante feito por uma equipe de reportagem do DIÁRIO, registrando a briga de duas alunas da Escola Estadual Rômulo Maiorana, localizada no conjunto Cidade Nova 8, em Ananindeua, reacendeu a discussão em torno da violência escolar. A falta de diálogo entre pais e filhos, a desestrutura familiar e o bullying são fatores que contribuem e refletem diretamente na atitude dos adolescentes. A participação da família na educação dos estudantes é apontada pelos profissionais da área de educação e pelo psicólogo Eduardo Martins como um dos fatores fundamentais para mudar a atual realidade. Mas não é somente isso e sim um conjunto de ações que envolve a família, a escola e o próprio adolescente.

À assessora de segurança escolar da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Heloísa Aguiar, a violência escolar é um problema de âmbito mundial e não somente local. As consequências, destaca, ainda não são tão graves como os casos que ocorrem nos Estados Unidos e Europa, com exceção do caso de Realengo, no Rio de Janeiro.

Heloísa Aguiar lembra que a escola é o espaço mais democrático que existe. “Na escola se recebe pessoas com conceitos, formações e opiniões diferentes. Todas essas experiências vêm para a escola e ela os recebe para formá-los como cidadãos”.

“O que tem de prevalecer nas escolas é a educação. O problema está na sociedade e é um esforço enorme lidar com isso. O principal é fazer com que a sociedade perceba seu papel. Se a escola falir, a sociedade faliu também”.

Heloísa chama atenção para o papel dos pais na educação dos filhos. “O dia tem 24 horas e o estudante passa em média 4 horas nas escolas e o resto do dia é com a família. Não podemos responsabilizar a escola por tudo. Precisamos criar uma rede de proteção à escola. Todos nós somos responsáveis por isso”.

A orientação para os casos de violência escolar, explica Heloísa Aguiar, vem sendo adotada há pelo menos 2 anos pelas escolas. “Orientamos as escolas que façam o registro, a ocorrência policial do caso para mostrar para o adolescente que por conta do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, não são punidos. De janeiro a junho de 2011 foram 40 boletins de ocorrência registrados. É aberto um processo administrativo-disciplinar, o registro na delegacia e depois a orientação pedagógica com o aluno”.

 
LINHA ESPECÍFICA

A Seduc não tem uma linha específica para lidar com a questão da violência escolar. Porém, a Secretaria dá total liberdade para as escolas desenvolverem projetos e políticas pedagógicas. (Diário do Pará)

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