Maria Lourdes de Araújo, de 17 anos, filha de imigrantes brasileiros, foi brutalmente agredida por um colega de turma
Na manhã de 20 de dezembro, a estudante secundária Maria Lourdes de Araújo, de 17 anos, filha de imigrantes brasileiros, residente no bairro do Ironbound, em Newark (NJ), foi brutalmente agredida por um colega de turma. Segundo o boletim de ocorrência preenchido pela delegacia de polícia local, a jovem caminhava às 8:30 da manhã no corredor do East Side High School em direção à sala de aulas, quando o também estudante R. A., de 17 anos, morador no mesmo bairro, a agrediu a socos e pontapés, jogando-a no chão. Antes que seguranças da escola chegassem ao local do ataque, o agressor fugiu, tomando rumo ignorado.
“Eu estava caminhando em direção à sala no corredor no 4º andar, aproximadamente às 8:30 am, quando R. A. caminhou em minha direção e começou a me atacar a socos. Eu fui atingida no rosto e jogada ao chão, quando ele começou a atingir a minha cabeça várias vezes, enquanto eu protegia o meu rosto. Eu não conseguia me levantar, então, ele correu pelo corredor e desapareceu”, disse Maria através de um e-mail à equipe de reportagem do BV.
Maria informou que não conseguia respirar direito e, então, a enfermeira de plantão (Mrs. Broxton) contatou uma equipe de primeiros socorros e a jovem foi levada ao Hospital Universitário de Newark – UMDNJ, conforme o boletim de ocorrência preenchido pelo detetive de plantão Charles Weathers.
“Eu não me recordo de ter sido transportada ao hospital de ambulância. Somente me dei conta que estava hospitalizada quando vi luzes fortes no meu rosto. Depois que fui liberada do hospital, retornei à escola em companhia do meu pai para preencher um boletim de ocorrência com o policial de plantão na própria escola”, acrescentou.
Junto com seu pai, o imigrante Ítalo de Araújo, natural do Rio de Janeiro, Maria conversou com o diretor principal da escola, Dr. Mário Santos, que, segundo eles, foram informados que o agressor havia sido punido com 4 dias de suspensão. Ultrajado, Ítalo considerou a punição do jovem branda demais em virtude do ataque tão violento contra a sua filha.
“Eu não pude acreditar que depois de um ataque tão horrível, o diretor da escola estava tentando amenizar o caso informando-me que o menino havia sido suspenso por 4 dias consecutivos de aula. Este diretor teve a coragem de sugerir que, depois que a minha filha havia sido covardemente espancada, que deveríamos tentar uma reconciliação para que os jovens pudessem se relacionar melhor e recusou-se a nos entregar o vídeo que registrou esse ataque covarde”, disse Ítalo.
“Isso me assusta demais e, obviamente, demonstra o quanto esse diretor não se preocupa com a segurança dos alunos naquela escola. Estou realmente bastante preocupado com relação à segurança naquela escola. A minha filha poderia ter sido morta por esse agressor violento”, acrescentou.
Reclamando de fortes dores de cabeça, Maria disse ainda ter receio de assistir às aulas e ser agredida novamente pelo colega de turma. Ela alegou não saber exatamente o que motivou o ataque. Segundo seu pai, pode ter sido um gesto mal interpretado ou comentários inapropriados entre adolescentes no site de relacionamentos FaceBook, especulou ele.
“Nós conversamos com o diretor e ele nos disse que a consequência sofrida por R. A. seria 4 dias de suspensão. Eu simplesmente respondi que não me sentia segura em retornar à escola sabendo que ele estava por perto e, além do mais, ainda assistia às aulas com ele”, alegou Maria.
Na manhã de sexta-feira (6), a equipe de reportagem do BV contatou a diretoria do East Side High School com relação ao incidente. A equipe foi informada pelo diretor adjunto, Edwin Mendez, que o diretor Mario Santos não estava naquele dia e que perguntas relativas ao “bullying” envolvendo Maria Lourdes e seu colega de turma deveriam ser enviadas ao Conselho de Educação de Newark, cuja sede fica localizada do outro lado da cidade.
Fonte: Brazilian Voice
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