terça-feira, 10 de maio de 2011

Sem bullying

Pesquisa revela que 47% - quase metade dos estudantes do Sudeste - já viu algum colega sofrer bullying. No País como um todo, 70% dos estudantes já presenciaram casos do tipo Se não bastassem todas as inseguranças, incertezas e medos que vivenciamos em nosso dia a dia por conta de um mundo conturbado pela violência e tantos outros fatores que tiram o sono de muita gente, agora está em alta o bullying, um fenômeno que está ganhando grandes proporções e colocando em xeque nossa capacidade de criar filhos felizes e cidadãos do mundo e, o mais complicado, de conhecê-los e reconhecê-los por meio de atitudes rotineiras que eles expressam de maneira tão clara, mas que na maioria das vezes são incompreendidas.

E o assunto está cada vez mais em alta e ganhando as páginas do Mogi News, como o exemplo que o leitor acompanhou na matéria da edição do último domingo, relatando que os pais de um estudante de apenas 10 anos denunciam que a criança sofre bullying dos alunos mais velhos na Escola Estadual Doutor Rubens Mercadante de Lima, no distrito de César de Souza.
Tal caso já ultrapassou os limites da violência verbal e registra duas agressões em ambiente escolar. Desnorteados e sem saber o que fazer, os pais da criança procuraram o Mogi News como se fosse a "última instância" para a solução do problema.
Tal tema entrou em debate em Mogi das Cruzes por duas vezes nesta semana. Hoje, a Associação Comercial de Mogi das Cruzes realiza palestra e, na quinta-feira, a Universidade de Mogi das Cruzes promove hoje uma discussão interessante sobre dois aspectos da questão: jurídico e pedagógico.

E não é sem tempo, é preciso mesmo discutir à exaustão o tema em diversos setores da sociedade, pois os números são alarmantes.
A pesquisa Bullying Escolar no Brasil, publicada no ano passado pela ONG Plan Brasil, com base em dados referentes a 2009, revela que quase metade dos estudantes do Sudeste do País (47%) já viu algum colega sofrer bullying. Esse índice, o maior do País, é o dobro em relação à taxa do Norte, onde o número cai para 23,7%. No Brasil, cerca de 70% dos estudantes dizem já terem presenciado cenas de violência em suas unidades de ensino. Foram ouvidos 5.168 alunos de escolas públicas e privadas brasileiras, de 10 a 15 anos.

Bullying é o termo usado para pessoas que intimidam, aproveitam de outras pessoas ou agridem. O que parece uma simples brincadeira pode ter consequências físicas e psicológicas graves. Amigos de escola que zombam dos colegas porque são tímidos, gordos, baixos, altos, usam óculos, aparelhos dentários ou outros motivos banais, tripudiam, riem, tiram sarro, praticam violência física de modo tirano, dominador e inconsequente porque sabem que a vítima não conseguirá tomar nenhuma atitude, foi coagida para isso. Na verdade, o bullying não tem nada de novo e sempre existiu, a diferença é que de alguns anos para cá tem sido motivo de estudos e alvo dos especialistas, que voltaram sua atenção para o tema depois de muitas pesquisas e fatos concretos.

À escola, cabe não fazer vista grossa aos comportamentos suspeitos, pois o bullying ocorre no ambiente escolar. Com um pouco mais de atenção e boa vontade de educadores e funcionários, é possível coibir tal prática.
Aos pais, é necessário atenção redobrada e percepção afiada no comportamento dos filhos, porque este tipo de violência dá sinais claros, como dor de barriga, falta de vontade de ir à escola e isolamento, que, na maioria das vezes, são tratados como fatos isolados e passageiros e, no pior dos casos, como frescura. Então, é preciso no dia a dia olhar atentamente para as crianças e adolescentes para perceber que algo não vai bem.
É necessário, acima de qualquer coisa, que os pais não se deixem fracassar na educação de seus filhos e não criem monstros como esses que saem por aí cometendo tal violência moral com os colegas.

Fonte: Mogi News

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