sábado, 11 de fevereiro de 2017

Rogéria diz que nunca sofreu bullying: “Não tenho história de um gayzinho triste”



Nas ruas, ela é Rogéria e chama atenção por onde passa com os cabelos loiros e as unhas sempre impecáveis. Na identidade, seu nome é Astolfo Barroso Pinto, um artista nascido no interior do Rio de Janeiro. Aos 73 anos, o que transborda é orgulho de toda sua trajetória e de ser quem é. “Astolfo sou eu, que é gay, e que recebe Rogéria como um personagem. Quando recebo Rogéria é para receber um Oscar, mas não sou mulher. Sou muito feliz de ser Astolfo”, diz a atriz em conversa com o Gshow, nos bastidores do “Altas Horas”, da Globo.
BOA INFORMAÇÃO

Recentemente, ela lançou a biografia “Rogéria: Uma Mulher e Mais um Pouco”. História para contar é o que não falta e, felizmente, a atriz só coleciona boas lembranças. “Só ouço coisas lindas, as pessoas me adoram, os gays me param na rua, as mães das crianças me falam ‘graças a você meu filho não virou um problema pra mim’”, conta ela, que se autodefine como a “travesti da família brasileira”. “É muito engraçado as pessoas saberem que sou Astolfo e me chamarem de ‘senhora’ por respeito. Acho fantástico, mas fico rindo no fundo porque quem diria que até de ‘senhora’ eu seria chamada”.
Raramente Rogéria se depara com alguns comentários maldosos, mas sabe muito bem lidar com essas situações. “Sou geminiana, ascendente em Leão, então ninguém se mete comigo. Sou boazinha, mas não mexe comigo”, avisa. E esse jeito surgiu já na infância, quando fazia teatrinho com os amigos. “Todo mundo sabia que eu seria uma mariquinha porque com 8 anos eu brincava de Cleópatra. Dei umas porradas em alguns garotos, mas história de um gayzinho triste eu não tenho pra contar”.
Com toda a bagagem, se sente responsável pelas novas gerações e acredita que, hoje em dia, os travestis correm mais risco porque as pessoas estão mais agressivas. É por isso que tenta mostrar para as senhoras, as crianças, os homens, os jovens e para quem cruzar seu caminho que todo mundo pode ser o que quiser. “Sou a favor do casamento, sou a favor de tudo, porque se eu tenho direito de ser Astolfo Rogéria, todo mundo tem o direito de ser o que for. Sou a grande chave de liberdade dos gays”.

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