quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Ex-jogadora da WNBA diz que sofreu bullying na liga por ser heterossexual

Do UOL, em São Paulo

  • Michael Hickey/Getty Images
    Candice Wiggins em ação pelo Minnesota Lynx em 2012
    Candice Wiggins em ação pelo Minnesota Lynx em 2012
A ex-jogadora de basquete Candice Wiggins, que se aposentou no ano passado, afirmou em entrevista ao jornal San Diego Union-Tribune que sofreu bullying na WNBA, principal liga feminina do basquete norte-americano, por ser heterossexual.
"O fato de eu ser heterossexual, e falar muito sobre minha identidade como uma mulher hétero, foi uma grande coisa. Eu diria que 98% das mulheres na WNBA são gays. Era um tipo de lugar conformista. Havia um conjunto de regras diferente", disse ela, que descreveu o ambiente da liga como "tóxico".
"Havia muito ciúme e competição, nós estávamos todas lutando por migalhas. O meu visual, o modo como eu jogava, essas coisas contribuíam para a tensão. As pessoas estavam deliberadamente tentando me machucar, o tempo todo. Nunca fui tão chamada de p... ou jogada no chão quanto na minha primeira temporada. A mensagem era: 'Queremos que você saiba que não gostamos de você'", completou.
Wiggins, 30 anos, disse que poderia jogar por mais duas temporadas, mas decidiu se aposentar porque jogar na WNBA não estava sendo benéfico para o seu "estado mental".
"Chega um momento em que você é comparada tantas vezes a um homem que você tenta se espelhar nos homens. Tantas pessoas achando que você tem que parecer um homem, jogar como um homem para  conseguir respeito. Eu era o contrário: eu tinha orgulho de ser mulher, e não me encaixei bem naquela cultura", declarou ela.
Wiggins está escrevendo um livro sobre sua experiência na liga e disse que não guarda mágoas de sua passagem pela WNBA. "Não quero esmagar os sonhos de ninguém. Eu quero que as coisas corram bem, mas ao mesmo tempo é importante que eu seja honesta em minhas reflexões", concluiu.

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