Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), cerca de um bilhão de jovens entre dois e 14 anos são regularmente sujeitos a punição física por seus cuidadores. No ambiente escolar, um terço dos estudantes com idades entre 13 e 15 anos sofrem bullying com frequência. Aproximadamente uma em cada dez meninas com menos de 20 anos — ou 120 milhões de meninas em todo o mundo — já foi vítima de violência sexual. Em nova campanha da agência da ONU, David Beckham convida pessoas a lutarem pelo fim da violência contra crianças.
A cada cinco minutos no mundo, uma criança morre por causa da violência. A fatalidade reflete os riscos a que os mais novos estão expostos mesmo sob a guarda dos que deveriam protegê-los: cerca de um bilhão — ou seis em cada dez — de jovens entre dois e 14 anos são regularmente sujeitos a punição física por seus cuidadores.
No ambiente escolar, agressões se repetem — um terço dos estudantes com idades entre 13 e 15 anos sofrem bullying com frequência. E os abusos afetam de modo ainda mais dramático as mulheres. Aproximadamente uma em cada dez meninas com menos de 20 anos — ou 120 milhões de meninas em todo o mundo — já foi vítima de violência sexual.
Para reverter esse cenário, o ex-jogador de futebol e embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância(UNICEF), David Beckham, participa de uma nova campanha de conscientização da agência da ONU, #ENDViolence(ACABE com a violência, em tradução livre).
Em um novo filme promocional, cenas de violência contra crianças aparecem como tatuagens animadas no corpo do atleta. A ideia é mostrar como os abusos que atingem meninos e meninas deixam marcas que duram para sempre em suas vidas, assim como uma tatuagem.
Porém, enquanto as figuras na pele de Beckham foram escolhidas pelo atleta por representarem lembranças felizes, as cicatrizes no corpo e na alma dos jovens foram impostas por agressores. As animações do vídeo retratam diversas formas de violência e em espaços onde adolescentes e crianças deveriam se sentir seguros — suas casas, escolas, o ambiente online e suas comunidades.
“A violência contra crianças é errada e, juntos, precisamos acabar com ela”, disse Beckham. O embaixador convida todos a compartilhar o filme nas redes sociais para alertar comunidades sobre a urgência do tema.
Vozes de jovens de 22 países
Usando o U-Report, uma ferramenta de mensagens que permite aos jovens falar abertamente sobre problemas que afetam suas vidas, David Beckham convidou jovens a responder perguntas sobre a violência contra crianças.
Mais de 190 mil “U-repórteres” de 22 países responderam. Dois terços deles disseram ter experimentado pessoalmente abuso físico ou verbal ou conhecer alguém que o tenha. Quando questionados sobre quem eles acham que comete a violência na maioria de vezes, um terço disse ser a polícia ou os encarregados de aplicar a lei, 29% disseram ser seus pares, 28% afirmaram ser um dos pais ou cuidador e 9% mencionaram os professores.
Cerca de 80 mil participantes da iniciativa deram sugestões sobre o que pode ser feito para combater a violência em suas comunidades.
“Violência e abuso têm um impacto terrível sobre a vida das crianças e seu futuro – ferindo seu corpo, fragilizando seu bem-estar emocional, até mesmo interferindo no desenvolvimento saudável de seu cérebro”, alerta o diretor-executivo do UNICEF, Anthony Lake.
“Quando protegemos as crianças da violência, evitamos tragédias individuais – e promovemos sociedades mais fortes e mais estáveis. Devido a poderosos defensores como David Beckham, e alimentados pelas vozes das próprias crianças e dos próprios adolescentes e jovens, estamos dando um impulso para acabar com a violência contra meninas e meninos em todo o mundo”, acrescentou.
A agência da ONU é categórica ao considera que a violência contra menores não é inevitável. Segundo o organismo internacional, sete estratégias comprovadas podem ajudar a acabar com violações dos direitos humanos de crianças. Entre as propostas, estão o cumprimento das leis, o aumento dos rendimentos familiares para reduzir a pobreza e o fortalecimento dos serviços sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário