Foto: Renato Bairros/clicRBS
Heloisa Medeiros e Kamila Brito estão terminando o curso de Jornalismo no Centro Universitário Estácio, de São José, e vão deixar um legado muito bacana e oportuno: o livro Eu Sou Alguém, no qual abordam o bullying como tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Na obra, de 88 páginas, elas contam as histórias de oito pessoas que já sofreram na pele situações de constrangimento, humilhação e preconceito. Algumas, por serem gordas ou magras demais; outras por sua orientação sexual, cor da pele, e assim por diante. Casos que infelizmente, são comuns e todos nós conhecemos bem.
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O objetivo de contar estas experiências no livro, dizem as estudantes, é conscientizar a sociedade sobre a importância de se discutir o tema para, quem sabe um dia, erradicar o problema. Também deverá servir de inspiração para quem está sofrendo algum tipo de bullying e não sabe como agir nem a quem recorrer para pedir ajuda. O assunto é sério. Alguns casos de bullying são tão humilhantes e recorrentes que suas vítimas, não suportando mais o sofrimento, buscam no suicídio o alívio para seus tormentos.
As alunas compartilham no livro os (tristes) resultados de uma pesquisa realizada pela Comissão OAB Vai à Escola: 82% dos alunos de escolas públicas da Grande Florianópolis disseram conviver com o bullying. É muita gente! Claro que existem situações mais ou menos graves, com maior ou menor impacto na vida das vítimas, mas a verdade é que qualquer tipo de bullying faz muito mal. Destes, 52% dos casos ocorrem entre os colegas de escola, 24% na comunidade onde vivem, 21% na própria família, e 11% dos autores de bullying são os professores. Os principais motivadores da agressão foram 41% físicos, 30% sexuais, 13% culturais, 11% religiosos, 8% familiares e intelectuais e 5% econômicos e étnicos. Foram entrevistados 680 estudantes de oito instituições, além de 97 professores de seis escolas.
Heloísa, de 21 anos, conta que desde o começo o desejo da dupla de futuras jornalistas era fazer um TCC que discutisse um tema de cunho social. ''Queríamos um projeto que tocasse as pessoas de alguma forma, foi então que chegamos ao bullying'', diz. Kamila, de 20 anos, acrescenta as duas têm intimidade com o tema, por já terem sido vítimas de bullying na época do Ensino Fundamental. Com o livro, elas pretendem ajudar os que estão passando por essa situação a enfrentarem o problema, e conscientizar a sociedade que essas brincadeiras, consideradas engraçadas por muitos, perde a graça quando causam sofrimento ao outro.
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