Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
Com 11 anos de idade, Daniel Figueira Galete pesava 110 kg. Na escola, era comum ouvir piadinhas relacionadas ao excesso de peso e ele acabava se sentindo excluído dos grupinhos de conversa. Aos 19, pesando 123 kg, decidiu mudar de vida porque percebeu que a insatisfação com a aparência estava atrapalhando sua vida social e impedindo que ele se relacionasse com as pessoas.
Com 11 anos de idade, Daniel Figueira Galete pesava 110 kg. Na escola, era comum ouvir piadinhas relacionadas ao excesso de peso e ele acabava se sentindo excluído dos grupinhos de conversa. Aos 19, pesando 123 kg, decidiu mudar de vida porque percebeu que a insatisfação com a aparência estava atrapalhando sua vida social e impedindo que ele se relacionasse com as pessoas.
“Resolvi emagrecer mais pela questão do tratamento que você recebe como obeso. Sofria bullying, me sentia excluído e tinha vergonha de falar com as pessoas. O que me incentivou muito também foi querer ficar com uma aparência mais agradável. Tem uma menina que eu gosto na minha cidade e queria ficar mais atraente para falar com ela”, conta o jovem de Aperibé, interior do Rio de Janeiro. Apesar de ainda não ter tido coragem de se declarar, ele diz que agora está muito mais confiante para fazê-lo.
A primeira coisa que fez foi mudar a alimentação. “Antes comia muito. Fazia um prato muito grande e ainda repetia. No lanche, comia hambúrguer, coxinha, quibe, sempre acompanhado de refrigerante”, relata. Hoje, raramente toma refrigerante. Os pratos enormes foram substituídos por refeições balanceadas com legumes, verduras e carnes brancas. À tarde, trocou o lanche calórico por frutas.
Ele também passou a se exercitar, primeiro com treinos de circuito funcional. “Um amigo que é professor de educação física me incentivou a fazer. É uma aula ao ar livre de uma hora que tem abdominal, flexão, corrida... Foi bem difícil no começo, mas depois que comecei a fazer e a ver resultado, foi ficando mais fácil.” Ele fez as aulas durante quatro meses, até ganhar resistência e força para fazer outros exercícios por conta própria.
Hoje, ele faz corrida e ciclismo três vezes por semana. De manhã, corre 7 km e à noite tenta pedalar por até 30 km. Na semana passada, participou pela primeira vez de uma corrida de 5 km em uma cidade vizinha e ficou em 7º lugar. “Estou muito satisfeito, mais leve, mais disposto a fazer as coisas, trabalhar, estudar, malhar. Tenho muito mais animação.”
O fato de ter poucos recursos e morar em uma cidade pequena, de 10 mil habitantes, não o impediu de superar seu objetivo inicial, que era de pesar 80 kg. Hoje, aos 20 anos de idade e pesando 73 kg, diz que perdeu um pouco da timidez e tem mais facilidade de se relacionar com as pessoas.
Guarda-roupa novo
Do guarda-roupa antigo, não sobrou nenhuma peça. “Trabalho como auxiliar em uma loja de roupa, isso me ajudou bastante porque tive que trocar tudo, o que foi bom porque as roupas para pessoas mais cheinhas não são legais. Agora encontro roupas mais estilosas.”
Do guarda-roupa antigo, não sobrou nenhuma peça. “Trabalho como auxiliar em uma loja de roupa, isso me ajudou bastante porque tive que trocar tudo, o que foi bom porque as roupas para pessoas mais cheinhas não são legais. Agora encontro roupas mais estilosas.”
A mudança também o incentivou a pensar no futuro. “Hoje com o minha nova aparência e a minha autoestima lá em cima, tenho muito mais disposição para estudar e conquistar um futuro melhor para mim. Pretendo continuar estudando, fazer o ENEM e concorrer a uma universidade.” Ele acrescenta que o apoio da família e dos amigos ajuda, mas o que vale mesmo é a força de vontade própria.
Sua mudança tem incentivado outras pessoas em Aperibé a adotarem hábitos saudáveis. “Minha cidade é pequena. Muita gente aqui, depois que viu minha evolução, passou a fazer exercício. As pessoas me param na rua, perguntam o que eu fiz. Às vezes até chego atrasado no trabalho porque todo mundo vem falar comigo.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário