domingo, 24 de fevereiro de 2013

Violência retorna com a volta às aulas em São Paulo


Em apenas dois dias, três ocorrências policiais foram registradas em escolas, sendo duas em uma mesma unidade

Marcele Tonelli
Brigas, pichação e consumo de drogas próximo aos portões de uma escola. Mal as aulas retornaram e algumas unidades já começam a enfrentar violência. Em dois dias, três ocorrências foram registradas no plantão permanente da Polícia Civil de Bauru envolvendo duas instituições de ensino, uma no Jardim Carolina e outra no Jardim Pagani.

Na escola estadual Azarias Leite, corredores, paredes e um banheiro amanheceram pichados horas após um estudante de 16 anos ser flagrado junto com outro de 15 anos portando cigarros de maconha, a 200 metros do portão da escola.

Já na escola estadual Professor Antônio Guedes de Azevedo, um garoto ainda não identificado formalmente pela polícia, mas que segundo testemunhas já teria sido expulso da escola em questão, é acusado de agredir outro jovem de 17 anos que saía da unidade após o término das aulas.

Conforme o JC divulgou na edição do dia 20 de fevereiro, justamente por conta da preocupação com a segurança nas unidades após o período de volta às aulas, uma reunião entre a corporação e a Diretoria Regional de Ensino (DRE) definiu para 2013 a intensificação das ações das rondas escolares.

Os casos registrados neste ano, apesar de serem pontuais, já trazem à tona uma discussão fomentada em 2012, quando o JC divulgou diversos casos envolvendo violência nas escolas estaduais. Em um deles, ocorrido em março, um coordenador chegou a ser agredido por um estudante após pedir que ele entrasse para a sala de aula. Na mesma época, quatro adolescentes foram responsabilizados por aterrorizarem os colegas com uma pistola de brinquedo.

Ocorrências
Um dos primeiros casos e mais intrigantes de violência nas escolas de Bauru em 2013 ocorreu na última quarta-feira, por volta das 18h10, quando a Polícia Militar esteve em patrulha nas imediações da escola estadual Azarias Leite, no Jardim Carolina, após denúncias de que um estudante do período da manhã estaria fazendo o uso de drogas próximo aos colegas dispensados no turno da tarde.

Abordados pelos policiais, os dois adolescentes, um de 16 e outro de 15 anos, portavam cigarros de maconha, sendo detidos e levados ao Plantão Policial, onde foram liberados na presença dos pais. A droga, que totalizou 0,91 gramas, foi apreendida.
Horas depois, uma coordenadora da escola registrou boletim de ocorrência após abrir a unidade e encontrar os portões, o banheiro masculino, corredores e a parede da cantina pichados com as iniciais “EDI”.

Identificado pelos próprios agentes escolares, o rapaz de 16 anos, o mesmo flagrado portando drogas na unidade no dia anterior, teria confessado a ação e foi apresentado no Plantão Policial acompanhado por sua genitora. Por conta da ação, o garoto deverá se apresentar à Vara da Infância e Juventude.

Outro caso, ocorrido na escola estadual Antônio Guedes de Azevedo, no Jardim Pagani, aconteceu por volta das 12h20 de anteontem, quando um aluno de 17 anos saía da escola e foi surpreendido e agredido por outro jovem, que segundo afirmaram as testemunhas em boletim de ocorrência, já teria sido expulso da mesma unidade.

A briga só foi apartada quando um pai de outro aluno interveio entre os adolescentes.
Mais tarde, o agressor teria retornado à residência do estudante com uma marreta, que acabou apreendida pela polícia.

Conforme o JC apurou, há denúncias de outro caso anteontem, que envolveria o arremesso de fogos de artifício no pátio da escola estadual Santa Edwirges, no Jardim Vânia Maria. O fato, que teria ocorrido no momento do intervalo da turma noturna, não foi registrado até o fechamento desta edição e nem confirmado pela Polícia Militar.

Mais frequentes
Um levantamento preliminar realizado pela reportagem junto ao comandante da 4º Companhia da Polícia Militar, capitão Fabiano Serpa, mostra as quatro ocorrências mais frequentes envolvendo escolas que são denunciadas pela população por meio do 190.

A primeira refere-se aos danos patrimoniais e pichações, a segunda envolve indivíduos suspeitos perambulando próximo ao perímetro escolar. Já a terceira envolve denúncias sobre brigas e a quarta, que seria menos frequente, o porte de entorpecentes na área do perímetro escolar.
“Com o passar dos anos, notamos que a disciplina e o respeito de modo geral estão em decadência. Parte dos jovens já não possui mais respeito com diretores, funcionários e com o próprio patrimônio escolar”, avalia o capitão Serpa.

Fonte: JCNet

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