Para ajudar pais, jovens, escolas e professores a entender o problema do
cyber-bullying, acaba de ser editada a brochura ‘Guidelines for
preventing cyber-bullying in the school environment: a review and
recommendations’, baseada num rigoroso trabalho científico, produzido no
âmbito de uma acção financiada pela Fundação Europeia para a Ciência.
Este trabalho de avaliação envolveu 13 investigadores de 11 países,
incluindo a portuguesa Ana Tomás de Almeida, investigadora do
Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial da
Universidade do Minho.
O cyber-bullying refere-se a diferentes tipos de abuso praticados
através dos meios electrónicos, telemóveis e principalmente pela
Internet. Esta prática “está a emergir de forma expressiva e a ameaçar a
saúde e bem-estar de crianças e jovens”, para além de afectar as
dinâmicas de grupo nas escolas.
No estudo observaram-se 54 directrizes nacionais a partir dos 27 países,
sendo estas avaliadas pela presença ou ausência de um conjunto de
critérios relativos à ética escolar, políticas e programas, recursos e
parcerias de colaboração. O grupo realizou um levantamento e uma análise
de conteúdo, para identificar pontos fortes e fracos e apontar
elementos de boas práticas.
Das principais conclusões, segundo Ana Tomás de Almeida, “muitas
orientações colocam pais e professores no papel de modelos de
consciência e desenvolvimento de competências para a prevenção do
cyber-bullying”. Porém, as políticas e os regulamentos escolares merecem
em geral pouco aprofundamento em termos de conteúdo.
A professora do Instituto da Educação acrescenta, entretanto, que “a omissão mais notada na maioria das directrizes é a do papel pró-activo que os jovens podem assumir, no combate ao cyber-bullying, para além do envolvimento
do grupo de pares no apoio aos alunos que são vítimas deste tipo de
abusos”.
Sob a perspectiva dos quatro principais grupos-alvo - pais, jovens,
escolas e professores - foram avaliadas algumas recomendações. Para os
pais há orientações no sentido de falarem e monitorizarem os filhos na
utilização das TIC, para além de se mencionar o facto de os pais
precisarem de desenvolver os seus conhecimentos acerca do cyber-bullying
e dos meios para a sua prevenção. No entanto, é apontada como
deficiente a presença de directrizes que apontem para a cooperação com a
escola. Já os jovens têm várias orientações sobre a importância de
desenvolverem competências gerais sobre a sua segurança online,
especialmente nas redes sociais. Todavia, estão pouco disseminadas
directrizes em torno de jogos online.
No que respeita às escolas, há acções que desenvolvem a consciência
entre os estudantes, mas neste domínio realça-se que o desenvolvimento
de políticas de escola carece de valorização e aprofundamento.
Quanto aos professores, têm muitas orientações para agirem como modelos e
ajudarem os alunos a melhorar a sua consciência e competências. Porém, é
pouco enfatizado o papel dos professores na avaliação das políticas,
nomeadamente nos planos de formação e desenvolvimento das suas próprias
competências para o tema.
A brochura está disponível no sítio do projecto e será distribuída a
nível nacional, em cada um dos países, através dos seus autores e
promotores, no sentido de se tornarem uma ferramenta útil para o combate
à problemática, auxiliando a tomada de decisões e a implementação de
medidas eficazes.
Fonte: Correio do Minho de Portugal
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