domingo, 10 de fevereiro de 2013

Estudo em Portugal, dá orientações para prevenir cyber-bullying

Para ajudar pais, jovens, escolas e professores a entender o problema do cyber-bullying, acaba de ser editada a brochura ‘Guidelines for preventing cyber-bullying in the school environment: a review and recommendations’, baseada num rigoroso trabalho científico, produzido no âmbito de uma acção financiada pela Fundação Europeia para a Ciência. Este trabalho de avaliação envolveu 13 investigadores de 11 países, incluindo a portuguesa Ana Tomás de Almeida, investigadora do Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial da Universidade do Minho.
O cyber-bullying refere-se a diferentes tipos de abuso praticados através dos meios electrónicos, telemóveis e principalmente pela Internet. Esta prática “está a emergir de forma expressiva e a ameaçar a saúde e bem-estar de crianças e jovens”, para além de afectar as dinâmicas de grupo nas escolas.
 

No estudo observaram-se 54 directrizes nacionais a partir dos 27 países, sendo estas avaliadas pela presença ou ausência de um conjunto de critérios relativos à ética escolar, políticas e programas, recursos e parcerias de colaboração. O grupo realizou um levantamento e uma análise de conteúdo, para identificar pontos fortes e fracos e apontar elementos de boas práticas.
 

Das principais conclusões, segundo Ana Tomás de Almeida, “muitas orientações colocam pais e professores no papel de modelos de consciência e desenvolvimento de competências para a prevenção do cyber-bullying”. Porém, as políticas e os regulamentos escolares merecem em geral pouco aprofundamento em termos de conteúdo.
 

A professora do Instituto da Educação acrescenta, entretanto, que “a omissão mais notada na maioria das directrizes é a do papel pró-activo que os jovens podem assumir, no combate ao cyber-bullying, para além do envolvimento do grupo de pares no apoio aos alunos que são vítimas deste tipo de abusos”.

Sob a perspectiva dos quatro principais grupos-alvo - pais, jovens, escolas e professores - foram avaliadas algumas recomendações. Para os pais há orientações no sentido de falarem e monitorizarem os filhos na utilização das TIC, para além de se mencionar o facto de os pais precisarem de desenvolver os seus conhecimentos acerca do cyber-bullying e dos meios para a sua prevenção. No entanto, é apontada como deficiente a presença de directrizes que apontem para a cooperação com a escola. Já os jovens têm várias orientações sobre a importância de desenvolverem competências gerais sobre a sua segurança online, especialmente nas redes sociais. Todavia, estão pouco disseminadas directrizes em torno de jogos online. 

No que respeita às escolas, há acções que desenvolvem a consciência entre os estudantes, mas neste domínio realça-se que o desenvolvimento de políticas de escola carece de valorização e aprofundamento.

Quanto aos professores, têm muitas orientações para agirem como modelos e ajudarem os alunos a melhorar a sua consciência e competências. Porém, é pouco enfatizado o papel dos professores na avaliação das políticas, nomeadamente nos planos de formação e desenvolvimento das suas próprias competências para o tema.


A brochura está disponível no sítio do projecto e será distribuída a nível nacional, em cada um dos países, através dos seus autores e promotores, no sentido de se tornarem uma ferramenta útil para o combate à problemática, auxiliando a tomada de decisões e a implementação de medidas eficazes.


Fonte: Correio do Minho de Portugal

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