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Uma adolescente de 13 anos foi vítima de bala perdida na entrada dos fundos do Centro de Ensino Fundamental 3 (CEF 3) de Brazlândia. A estudante, que tinha faltado à aula pela manhã, aguardava a saída do irmão do 6º ano na companhia do namorado. A menina foi atingida na coxa esquerda por um dos cinco tiros disparados pelo criminoso, ainda não identificado. Equipes do Corpo de Bombeiros socorreram a vítima dentro do colégio.
Os disparos teriam sido feitos por um adolescente que passava pelo local de bicicleta. De acordo com a Polícia Militar, a intenção do menor era atingir outro jovem de 17 anos, M.S., que passava em frente à escola no momento do crime. Ao perceber a situação, M. entrou na escola para tentar se defender, e uma das balas atingiu a menina.
O autor dos disparos teria fugido em um Fiat Uno vinho. O cabo do 1º Batalhão Escolar da PM, Marcos Souza, acredita que algum comparsa já estava à espera do adolescente. “Alguma pessoa estava com o automóvel possivelmente dando suporte ao suspeito. No momento dos disparos, o adolescente se refugiou na escola”, diz.
O suposto alvo dos disparos explica que passava de bicicleta pelo local para ir até a casa da namorada e depois seguir para o trabalho. Ele percebeu a proximidade do suspeito e tentou escapar dos tiros.
“Moro na Quadra 34 e existe uma rivalidade com os garotos da Quadra 56. Não faço parte de nenhuma gangue e acho que quiseram me atingir porque podem ter me visto conversando com algum dos meninos da minha quadra”, acredita o menor.
Com medo, M. conta que depois do episódio, quer se mudar da região. “Vou sair de Brazlândia e deixar a escola. O jeito é ficar sem estudar, porque as coisas ficaram mais perigosas. Estou com medo de virem atrás de mim de novo, sendo que não tenho nenhum envolvimento com nada”, assegura o adolescente.
O pai da adolescente alvejada, Deusmar de Godoy, 32 anos, destaca a decepção com a falta de segurança próximo à escola, e com a precariedade na saúde pública. Segundo ele, a filha que foi encaminhada ao Hospital Regional de Brazlândia pelo Corpo de Bombeiros, por volta das 12h30, havia sido medicada, mas até as 16h30 aguardava uma transferência para o Hospital Regional de Ceilândia por falta de ortopedista.
“Minha filha fala que não está conseguindo sentir a perna esquerda, e não tem nenhum médico especialista. Precisam transferi-la para verificar se atingiu o tendão, já que ela sente muita dor. É um descaso essa situação”, apontou.
Policiamento
Deusmar afirmou que não tinha conhecimento da ausência da filha no turno da manhã da escola. Segundo ele, os irmãos saíram juntos para a escola, já que estudam no mesmo colégio. “Ela voltou para buscar o irmão e aconteceu esse tipo de coisa. Agora, espero a recuperação da minha filha e que ela possa voltar para a casa”, disse.
A diretora do CEF 03, Alessandra Rabelo, esclareceu que existe policiamento dentro da escola em todos os turnos, e também há a presença de policiais do Batalhão Escolar. De acordo com a professora, no momento do acidente, haviam 400 alunos no colégio. “Há segurança na escola e, como em todo local, pode existir insegurança nas redondezas. No momento dos disparos tentamos manter a calma dos alunos e professores”, explicou.
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