Segundo
um estudo da Universidade Pablo de Olavide publicado pela revista
Infância e Aprendizagem, os insultos e as burlas são a forma mais
frequente de acosso entre colegas, um 21% do total.
Uma família na que os conflitos são frequentes reduz a autoestima e potência a presença de sintomas de depressão, fazendo aos jovens vulneráveis ao acosso
Considera-se do que um estudante é vítima de violência escolar quando percebe do que é objeto de agressões realizadas por outros estudantes, não necessariamente parceiros de classe. Segundo mostram estes pesquisadores em seu estudo, elaborado com 1.884 adolescentes espanhóis de entre 11 e 17 anos procedentes de nove centros educativos, a victimización verbal, como insultos ou burlas, é a forma mais frequente (com uma incidência do 21,13 por cento). SEGUEM-NA a victimización relacional (15 por cento), com comportamentos como a exclusão social ou contar rumores, e a física (6,8 por cento), que abarca desde colar até roubar coisas da pessoa objeto de acosso.
“A victimización na escola está vinculada com a baixa autoestima, a presença de sintomatologia depressiva, a ansiedade e o estresse dos adolescentes. Alguns autores sugerem que estes sintomas psicológicos negativos poderiam ser não só a conseqüência de sofrer acosso escolar, senão também sua causa, e aí emolduramos este trabalho”, afirma Papoula Povedano. Seguindo esta hipótese, que os adolescentes mostrem sintomas de depressão ou baixa autoestima pode supor um fator de risco, se aqueles que exercem a violência percebem que estes estudantes são alvos fáceis, com dificuldades para defender-se a si mesmos. Uma relação que, aponta o estudo, afeta por igual a homens e mulheres.
Entre os principais achados deste trabalho destaca a existência de uma relação, tanto direta como indireta, entre o clima familiar percebido, percebido pelo adolescente, como conflitivo e a victimización escolar. Assim, uma família na que os conflitos são frequentes parece diminuir os recursos pessoais dos adolescentes, como a autoestima, e potenciar a presença de sintomas de depressão. “É provável que esta percepção negativa de si mesmos leve aos adolescentes a mostrar condutas submissas e, em conseqüência, a ser objetivos vulneráveis, fáceis de abusos por parte de colegas, na medida que, como sustentam alguns autores, os agressores esperam signos de sofrimento e de submissão em suas vítimas”, sublinha a diretora do estudo.
Outro dos resultados aponta a que a expressividade familiar, isto é, a expressão livre de sentimentos entre os membros da família, conquanto não está diretamente relacionada com a victimización se relaciona com esta através de um impacto positivo na autoestima e nos sintomas unidos à depressão. Deste modo, os adolescentes que percebem que em suas famílias são escutados e podem expressar seus sentimentos sem restrições, sentem-se mais seguros e valiosos, o que poderia proteger-lhes das agressões de seus colegas. Uma expressividade que, assinalam os pesquisadores, é útil quando existem conflitos na família. Neste sentido, uma boa dinâmica à hora de resolver conflitos pode ajudar aos pais a revisar suas crenças e respeitar a opinião de seus filhos, e aos jovens que ganham em autoestima e numa menor sintomatologia depressiva.
Este trabalho, liderado por Papoula Povedano, contou com a participação de Teresa I. Jiménez, da Universidade de Zaragoza, e dos professores da Universidade Pablo de Olavide David Moreno, Luis Vicente Amador e Gonzalo Musitu, todos pesquisadores do GRUPO LISIS. Para desenvolvê-lo, contaram com financiamento do Ministério de Economia e Competitividade, através do projeto “A violência escolar, de casal e afilio-parental na adolescência desde a perspectiva ecológica”; da Consejería de Educação da Junta de Andaluzia, pelo projeto “Violência e victimización na adolescência: análise desde uma perspectiva de gênero”; e de fundos FEDER.
Povedano, Papoula; Jiménez, Terebel; Moreno, David; Amador, Luis-Vicente; Musitu, Gonzalo. Relação do conflito e a expressividade familiar com a victimización na escola: o papel da autoestima, a sintomatologia depressiva e o gênero dos adolescentes. Infância e Aprendizagem, Volume 35, Number 4, November 2012 , pp. 421-432(12)
Fonte: Universia da Espanha
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