Antes de iniciar a discussão desse tema, a autora sugere que se reflita
sobre a origem da violência que vem marcando a vida nas escolas
publicas de primeiro e segundo graus e pretende contribuir com isto
voltar o olhar para dentro das escolas dos que se preocupam com a
violência escolar.
As más condições de trabalho dos professores, o que é um desrespeito a
esta categoria se manifesta basicamente, segundo Florestan Fernandes –
sociólogo, de três formas: baixos salários, má qualidade dos cursos de
formação docente e exclusão dos educadores das decisões sobre a política
educacional.
A má remuneração faz com que os professores se submetam a jornadas de
trabalho estafantes e muitas vezes em unidades distantes umas das
outras, o que dificulta ainda mais a sua qualidade de vida. A má
formação não lhe dá condições e técnicas apropriadas para incentivarem
seus alunos a aprenderem os conteúdos curriculares e a se comportarem
conforme os padrões da escola. A exclusão dos educadores das decisões
sobre a política social mais contribuem para desorganizar as relações
escolares do que para melhorar a qualidade do ensino.
O descaso dos governantes pela educação popular tem feito com que
alunos cheguem a 5º série sem ao menos saber ler e escrever, o que
indica que não basta garantir acesso a escola, bem como a permanência
nela, se esta falha na tarefa de educar, pois o respeito aos direitos
das pessoas que nela estudam ou trabalham é fundamental.
Em um artigo de 1995, Alfredo Bosi critica teorias e pesquisas que
durante décadas isentaram a escola e a política educacional de
responsabilidade pela produção das dificuldades de aprender. Essas
teorias sugerem que o fracasso escolar é advento do próprio aluno, que
sendo pobre, desnutrido e pertencente a uma família com baixa qualidade
de vida, tem dificuldade de aprender.
Segundo Bosi, o “X” da questão está dentro da sala de aula, porque os educadores estão sendo...
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