Sempre houve miúdos intratáveis que roubavam o dinheiro do almoço, davam uns tabefes sem explicação no "cenourinha" lá do bairro ou espalhavam alcunhas humilhantes sobre a miúda nova da escola.
Podia ser bullying, mas ninguém lhe chamava isso. Era horrível para a vítima, mas estava confinado ao diz-que-disse e aos limites geográficos da escola e do bairro. O que temos agora, na era dos smartphones com câmaras e das redes sociais, é algo amplificado, muito maior e mais perigoso. Pior, os pais não estão nada preparados para identificar os filhos como agressores, porque "é tudo brincadeira."
Foi o que disseram os pais de 14 estudantes de um liceu de Cuneo, em Itália, quando estes foram suspensos das aulas e alguns arriscam perder o ano após um incidente em Roma. Os estudantes estavam numa visita de estudo à capital e quatro rapazes decidiram comprar álcool para se embebedarem. Um deles ficou pior que os outros, vestiu o pijama e tentou ir deitar-se. Praticamente inconsciente, os colegas começam a fazer brincadeiras e decidem filmar tudo. Chegam mais estudantes e a coisa degenera completamente: depilam as pernas do rapaz de 16 anos e queima-nas com um isqueiro e cigarros. Arrastam-no para a banheira e urinam-lhe em cima. Põem-lhe Nutella e carne dentro da roupa interior, enrolam-no em papel higiénico e simulam actos sexuais com ele. Assinam-lhe o corpo e fazem desenhos nele. Gravam três vídeos, tiram fotos e partilham-nas com os outros colegas.
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