Da Agência O Globo
Estudo submeteu 1500 professores a um questionário e identificou que os pais dos alunos utilizam, sobretudo, o Facebook para ofender os profissionais Foto: Reprodução
O estudo submeteu 1500 professores a um questionário e identificou que os pais dos alunos utilizam, sobretudo, o Facebook para ofender os profissionais. Entre as publicações na internet, os professores são alvo de posts racistas, sexistas e até mesmo ameaças. Além de serem ridicularizados, os educadores também são alvo de acusações falsas de pedofilia, por exemplo.
O sindicato ainda chama atenção para o fato de que as escolas não têm tomado providências com medo de que os pais tenham reações ainda piores. Uma professora relata que chegou a pedir uma posição da instituição, mas obteve como resposta do diretor que a escola não gostaria de se envolver porque poderia “levar a reputação do colégio à ruína”. O quadro preocupante pode explicar a dificuldade encontrada pelas escolas para recrutar novos profissionais.
O aumento no índice de cyberbullying sofrido pelos docentes está relacionado justamente ao maior envolvimento dos pais nesses abusos. Na pesquisa de 2014, 27% dos professores haviam sido alvo de comentários abusivos por parte dos responsáveis pelos estudantes, enquanto que nos resultados deste ano, a quantidade saltou para 40%. Em relação ao número de ameaças, o dado passou de 7% na pesquisa de 2014, para 15% neste ano.
Entre os casos identificados pelo sindicatos, então professores que tiveram vídeos e fotos postados nas redes à revelia (33%), como uma professora que teve a imagem publicada no Facebook por um aluno e foi alvo de comentários como “vadia”. Outra profissional relatou ter sido perseguida durante nove meses por um aluno que a enviava mensagens com conteúdo sexual e criou no Facebook uma conta falsa em seu nome.
Há ainda o caso de uma docente que foi chamada de “lixo” e de “puta” pelos pais de uma aluna que a acusavam de tentar matar a estudante por não permitir que ela usasse seu inalador em sala. De acordo com a professora, a acusação era falsa. O sindicato relatou ainda que à outra professora foram destinados comentários como: “Espero que ela tenha câncer”.
— É preocupante observar que o abuso contra professores tenha crescido tanto neste ano. E igualmente preocupante é que parece que principalmente os pais são autores desse tipo de coisa — afirmou a secretária geral do NASUWT, Chris Keates que pediu que o poder público encare a questão e exigiu que as escolas usem de todas os métodos disponíveis para coibir os abusos.
De acordo com a secretária geral do sindicato, muitos professores afirmam suspeitar que estão sendo alvo de agressões na rede, “mas evitam olhar por medo de depois não conseguirem andar pela escola novamente e encarar seus agressores.”
A pesquisa conclui que a maioria dos abusos são cometidos por alunos da educação secundária— que compreende alunos do segundo segmento do ensino fundamental e do ensino médio— principalmente no Facebook, mas também em outras redes como o Snapchat e o Instagram
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