sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fórum pesquisa violência nas escolas estaduais de Cuiabá

Da Redação


A elaboração de uma pesquisa com as 74 escolas estaduais instaladas em Cuiabá para a coleta e sistematização de um banco de dados sobre os registros mais frequentes envolvendo casos violentos no ambiente escolar é uma das metas de trabalho propostas para 2013, pelo Fórum Municipal Permanente de Educação Paz na Escola (Fompepe) da capital.

Na tarde desta quinta-feira (19.12), representantes de distintos segmentos que integram o Fórum, juntamente diretores das Escolas, Polícia Militar e Coordenadoria de Projetos Educativos da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) discutiram a eficácia das ações adotadas desde a instituição do colegiado, em maio deste ano, e as futuras ações para a promoção da paz em ambiente escolar e no entorno dele. A reunião foi realizada no auditório da Seduc.

Para facilitar o trabalho integrado, as escolas da rede estadual foram mapeadas em seis áreas de abrangência (de acordo com as regionais da PM/MT) facilitando as medidas de intervenção que perpassaram em ações como o emprego de rondas escolares, fortalecimento de ações preventivas e repressivas a bocas de fumo no entorno das escolas, potencialização de projetos escolares, palestras, oficinas envolvendo a comunidade, passeios culturais, dentre outras.

 “No geral, ainda há muito a se fazer considerando que esse é um problema histórico e envolve a adoção de medidas conjuntas e de longo prazo. A instalação do Fompepe possibilitou maior agilidade no atendimento das ocorrências, mais celeridade na resolução de situações pontuais, em uma relação mais próxima com os Conselhos Tutelares. Nós percebemos devolutivas positivas, mas a questão ainda está longe da solução”. A avaliação é da diretora da Escola Estadual Agenor Ferreira Leão, Silvana Alves dos Santos (que representa as escolas instaladas na Região Sul). Ela cita que escola onde atua está instalada no bairro Tijucal e sofre com as 'bocas de fumo' que circundam a região. Em sua avaliação pública durante a reunião, a diretora da Escola Estadual João Briene de Camargo, Silmi Lemos cobrou mais unidade para o desenvolvimento das ações pelo Fórum. 

Ela teceu um breve relato de situações envolvendo a indisciplina na escola e a desestrutura familiar que culminaram em determinações judiciais para cumprimento da escola sem que a direção tivesse o direito de se manifestar sobre a situação. “Nós sempre debatemos a questão da violência, mas ainda ficamos na superfície do problema. Em 2000, nós tínhamos casos de violência velada e hoje ela é explícita, física, que extrapola a sala de aula, os muros da escola”. A unidade atende estudantes da região do Jardim Leblon, Pedregal e Planalto.

Conforme a coordenadora geral do Fompepe, Marli Goveia, a instalação do Fórum já possibilitou o mapeamento das principais dificuldades vivenciadas pelos profissionais das unidades instaladas na capital. São elas: a desestrutura familiar, tráfico de drogas no entorno das escolas, o aliciamento de menores, alunos infrequentes, ausência dos pais, família trafica e usa drogas, bulling, iniciação sexual precoce, baixo rendimento escolar, uso do cigarro, brigas em escolas, e bares nas proximidades.

“Articulamos entre todos os parceiros uma série de medidas para buscar alternativas a essas questões, pois entendemos que a violência não é um problema isolado”, pontua. Quanto à reunião, ela cita que é preciso conhecer a fundo as ações implementadas para que possam ser aperfeiçoadas.

Ela cita que dentre as medidas de trabalho já programadas para 2013 estão a publicação de uma cartilha orientativa sobre a rede de proteção a jovens e adolescentes, assim como a realização de um seminário municipal para a coleta de subsídios que potencializem a formulação de políticas públicas para a promoção da paz.

Fórum
Fórum é uma das medidas que integram os projetos: Escola Segura e Paz na Escola desenvolvido conjuntamente entre as Secretarias de Estado de Educação e Segurança Pública (Sesp).


Fonte: O Documento

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