sábado, 15 de dezembro de 2012

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS por Marlene Salgado

Enviado por Marlene Salgado

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Falar em escola deveria ser falar em lugar de educação, de deferência, de respeito, de autoridade. Mas parece que hoje, as escolas, principalmente as públicas, viraram reduto de indisciplina, de violência, de marginalidade. Vivemos, há um bom tempo, numa sociedade em que a família se pulverizou numa sociedade sem limites. Pais sem limites criando filhos sem limites. 

Educar não é somente oferecer à criança ou ao adolescente uma vida de mar de rosas. Não é criar príncipes e princesas para viverem num pretenso castelo encantado, tendo tudo a tempo e a hora, comandando as ações da casa e dos adultos. Educar é também frustrar. É impedir atitudes despropositadas que venham a ferir a si mesmo e o outro. Educar é impor normas, regras que tornam uma sociedade saudável, íntegra, capaz de se mover no sentido do crescimento individual e coletivo. No entanto, este conceito se perdeu no meio de uma selva de irresponsabilidade. E as atitudes inconsequentes atingiram em cheio o único lugar, fora da família, que trabalha para corrigir erros, para conter atitudes impensadas, para compreender o sentido de amizade, colaboração, solidariedade, afeto, consideração, respeito, autoridade. 

É isto. A autoridade se perdeu na fumaça da insensatez. Falta autoridade na aplicação das leis. Falta bom senso nos líderes que constroem a base para se ser social e sociável. Precisamos de pessoas - na justiça, política, governo, polícia, nos cargos em que se faz necessário a presença de líderes firmes - que exercitem seu senso crítico para perceber o estado crítico em que nos encontramos. São inúmeras as notícias de agressões feitas por alunos a professores, a funcionários de escolas, a outros alunos, chegando, inclusive, às raias de assassinatos. São inúmeros os professores que buscam outra ocupação por medo e insegurança, já que estão abandonados pela lei que os devia proteger. Não há como trabalhar, viver e conviver em ambiente que não haja um mínimo de segurança para cumprir o dever de cada um. 

A violência na escola se generalizou, possivelmente, por causa da sociedade permissiva. Possivelmente por causa das leis e órgãos públicos que, quando as escolas tomam providências contra a indisciplina, as ameaçam de processos e punições, atemorizando-as e impedindo-as de exercer sua autoridade pedagógica. Ao judicializar questões disciplinares internas, desautorizam a escola e incentivam o desrespeito, desmandos, a anarquia.

Louvo empenho das deputadas Andréa Zito e Cida Borghetti de defender a sociedade e as escolas. Andréa Zito, pelo Projeto Lei 3153/2012, que propõe a inclusão na Lei de Diretrizes e Bases, do inciso que determina à escola: “definir, em seu regimento, as normas e princípios para relacionamento e convivência harmônicos dos integrantes da sua comunidade escolar”. Cida Borghetti pelo Projeto Lei 267/2011, que acrescenta a seguinte emenda ao Estatuto da Criança e do Adolescente: “é dever da criança e do adolescente observar os códigos de ética e de conduta da instituição de ensino a que estiver vinculado, assim como respeitar a autoridade e moral de seus docentes” e “O descumprimento do disposto no caput sujeitará à suspensão por prazo determinado pela instituição de ensino e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade competente”.

É preciso que as instituições escolares retomem a autoridade de fazer valer suas leis disciplinares internas e que incluam, em seu Projeto Pedagógico, os inalienáveis princípios que devem reger as atitudes de convivência harmônica. É nossa tarefa tentar reconduzir o leme da educação ao seu rumo original.  

Fonte: O São Gonçalo

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