Janaina Gonçalves de Araujo¹
Tayssa Aparecida Soares Rocha²
ta_yssa_pox@hotmail.com
Resumo: O presente
artigo, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa,
dentro de uma pesquisa teórica,e tem por objetivo, mostrar os conceitos
de preconceito, (que é a idéia formada), de discriminação, (que é a
idéia colocada em prática), e bullying, (que pode ser traduzido para
brigão, valentão), onde pessoas usam de forma direta e indireta para
fragilizar, humilhar, até mesmo agredir alguém, bem como suas
influências, conseqüências na vida dos seus envolvidos,que são os
agressores, vítimas e espectadores, mostra ainda o professor como alvo
dessa violência, e a importância da escola, da família no combate a essa
prática violenta, que vem tomando grandes proporções, e somando vitimas
nas escolas do mundo inteiro. O bullying é uma prática antiga, mas só
nos últimos anos vem sendo estudado. Ele se transforma a cada dia uma
constante nas escolas, todos tem consciência que ele existe, que ele
ocorre, mais nem todos estão preparados para assumir e combater. Com
este trabalho, melhora a visão sobre o tema, despertando a atenção de
todos para tomar os cuidados necessários para o seu combate. Este artigo
veio acrescer ao censo comum teorias necessárias para diagnosticar e
combater o bullying.
Palavras Chaves: Preconceito, Bullying, Escola
ABSTRACT
This article, it is a literature review,
qualitative in nature, within a theoretical research, and aims to show
the concepts of prejudice, (which is the idea put into practice), and
bullying (which can be translated to bully, bully), where people use
directly and indirectly to undermine, humiliate, even hit someone, and
their influences, consequences in the lives of its stakeholders, who are
the aggressors, victims and bystanders, shows even the teacher target
of such violence, and the importance of school, family in combating this
violent practice that has been taking large proportions, and adding the
victims in schools bullying world.This is an ancient practice, but only
in recent years has being studied. He becomes a constant every day in
schools all aware that it exists, it occurs, not everyone is more
prepared to take on and fight. This work improves the vision on the
subject, drawing the attention of all to take the necessary precautions
to combat it. This article comes common addition to the census theories
need to diagnose and combat bullying.
Palavras Chaves: Preconceito, Bullying, Escola
- 1. INTRODUÇÃO
Este artigo tem como foco a violência
escolar, aborda através de estudos bibliográficos, o tema preconceito,
que se trata da idéia formada sobre algo, a discriminação, que é a idéia
colocada em prática, e a violência oculta nas escolas, que através dos
estudos realizados pode se denominar como bullying. Apresenta desde o
conceito dos mesmos, o que leva o autor a praticar, como as vitimas são
selecionadas, os transtornos causados tanto na vida do autor (que
pratica), quanto à vitima (que recebe), o professor como vitima do
bullying, e o papel da escola no combate a essa prática assustadora, que
vem disseminando nas escolas do mundo todo, a ponto de se alertar a
importância de diagnosticar e combater esse problema.
O bullying trata-se de
uma prática antiga, e a escolha do tema é em decorrência da explosão do
tema na atualidade, somente agora vem tomando grandes proporções e
assustando principalmente a comunidade escolar. Passou-se então de uma
simples “Brincadeirinha”, para um ato de preocupação entre a comunidade
escolar e a família. O objetivo do artigo, é alertar os futuros
educadores e pais de alunos, sobre a conscientização da importância de
se trabalhar com projetos, palestras que possam combater essa antiga
prática de violência.
Como sabemos o Brasil é um pais, onde
ocorre muita violência, e esta conscientização, poderá ajudar a evitar
tanto os fracassos dentro da aprendizagem, danos a saúde psíquica e
mental dos envolvidos e por conseqüência, também o número de vítimas que
infelizmente o bullying tem deixado.
Foi de suma importância para entender o
que leva as crianças, adolescentes a praticar o bullying, as causas,
consequências, e como o corpo escolar pode ajudar no combate a essa
prática que se espalha de forma brusca nos ambientes escolares.
- 2. CONCEITO E CONSIDERAÇÕES SOBRE PRECONCEITO E BULLYING.
O preconceito trata-se da idéia formada, enquanto que a discriminação é a idéia colocada em prática.
Há várias formas de essa prática ser
executada, através do preconceito racial, que é onde se dá grande
importância a noção da existência das raças humanas distintas e
superiores umas às outras. Pelo etnocentrismo, que a atitude na qual a
visão ou avaliação de um grupo, seus valores, crenças, seus padrões
adotados, são considerados melhores que outros. Pelo machismo,
que é a idéia dos homens serem sempre superiores as mulheres em questões
financeiras por exemplo. Com o preconceito lingüístico, que é o
preconceito a determinadas variedades lingüísticas. Com a homofobia, que
trata-se de um termo criado para expressar ódio, aversão ou a
discriminação contra homossexuais. Com a transfobia, que
é a aversão a pessoas transexuais e com o estereótipo, que é a imagem
preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação, ou seja,pode ser
realizada através de muitos outros tipos de preconceito.
O termo bullying tem origem na palavra
bully, que pode ser traduzido para brigão, valentão, tratam-se de
pessoas que sem motivos aparente, usam de sua “autoridade”, para se
fazerem aceitos, respeitados, onde o seu maior prazer, é humilhar, ficar
por cima, e vitimizam pessoas que não possuem o mesmo “poder” de se
impor, ou mesmo de se defender.
Para Fante (2005, p.27), o bullying é
uma palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o
desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-la sob
tensão.
Atualmente no Brasil podemos citar a
tragédia do Rio de Janeiro na escola de Realengo, onde na manhã de uma
quinta-feira dia sete,de abril de 2011, onde o jovem Wellington de
Menezes, com vinte e quatro anos de idade invadiu a escola Tasso da
Silveira, na zona oeste, e atirou contra os alunos. Foram vitimadas
nessa tragédia doze crianças. A motivação do crime figura incerta, porém
a nota de suicídio de Wellington e o testemunho público de sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era reservado, sofria bullying.
Os alvos do bullying, geralmente são
crianças, adolescentes mais gordinhos ou magros demais, altos ou baixos
demais, usam óculos, são “Caxias”, deficientes físicos, apresentam
sardas ou manchas na pele, orelhas ou nariz um pouco mais destacado,
usam roupas fora da moda, são de raça, credo, condições socioeconômicas
ou orientação sexual diferente. (SILVA 2010, p. 28).
Tudo começa com um tipo de
discriminação, geralmente essas vítimas não se encaixam então, no modelo
de estereótipo “perfeito” imposto pelo ambiente em que acontece. O que
me leva à pensar numa parcela grande de culpa, dessas crianças
atualmente estarem ligadas à violência, dos pais, que exercem grande
influencia na educação dos filhos, antes dos mesmo aderirem a escola,
pois o seu primeiro contato social é com a família.
É no ambiente familiar que a criança
aprende ou deveria aprender a relacionar-se com as pessoas, respeitar a
valorizar as diferenças individuais, desenvolver a empatia e adotar
métodos não-violentos de lidar com seus próprios sentimentos e emoções e
com os conflitos surgidos nas relações interpessoais (FANTE, 2005,
p.174).
Fante (2005) destaca a importância da
vivencia familiar, o que se espera que as crianças aprendam em casa, por
ser o primeiro lugar em que se realiza a socialização. Mas como
sabemos, a sociedade vive em constante mudanças, atualmente, como o
índice de desemprego alto, desigualdade social, as crianças desde
pequenas, muitas delas presenciam atos de violência em casa, maus
tratos, há muitas famílias desestruturadas, sendo muitas vezes ela mesmo
a própria vitima, pais que não tem o mínimo de tempo dedicado aos
filhos,realidades como essa que, impedem que os valores como tolerância
às diferenças, o respeito, amor ao próximo, respeito ao outro sejam
passados aos filhos.
O bullying pode ocorrer de duas formas, para (FANTE; PEDRA, 2008):
O bullying pode ser classificado como
direto: quando as vítimas são atacadas diretamente, ou indireto: quando
estão ausentes. São considerados bullying direto os apelidos, agressões
físicas, ameaças, roubos, ofensas verbais ou expressões, e gestos que
geram mal estar aos alvos. São atos utilizados com uma frequência quatro
vezes maior entre os meninos. O bullyingin direto compreende atitudes
de indiferença, isolamento, difamação e negação aos desejos sendo mais
adotados pelas meninas.
O que nos leva a destacar, a importância
da relação afetiva entre pais e filhos, sendo ela exemplar, ou não,
pode influenciar positivamente ou negativamente na formação da
personalidade da criança. E estas crianças, usam a convivência familiar
que tem como exemplo para a vida social.
Vejamos o local onde essa prática
acontece. Pois bem, nas escolas, e ocorre em números praticamente
iguais, tanto em escolas públicas, quanto nas particulares. O que
deveria então, ser um lugar seguro, para se trabalhar com a
socialização, culturas diversificadas, a escola como forte influencia
para a formação da identidade pessoal, para esses alunos alvos, não
passam de um pesadelo, um lugar de más lembranças, pois ao contrario do
que se espera, estão ali expostos a todo tipo de humilhação, perseguição
e mais tratos. A escola como segundo lugar de socialização, depois da
família, deveria ser então um lugar equilibrado, sereno, que propicie
aos seus alunos as condições necessárias para desenvolverem sua
maturação. Para que possam construir sua identidade, autoestima, e uma
independência sadia.
São inúmeras as formas de violência
velada que enfrentam muito de nossos alunos, dentre elas humilhações,
gozações, ameaças, imputação de apelidos constrangedores, chantagens,
intimidações. Na maioria das vezes as vítimas sofrem caladas por
vergonha de se exporem ou por medo de represálias dos medo, insegurança,
raiva, pensamentos de vingança e de suicídio, além de fobias sociais e
outras reações que impedem seu bom desenvolvimento escolar
(FANTE,2005,p16).
Para Fante (2005), a maioria dos casos
de bullying ocorre fora da visão dos adultos, e grande parte das vítimas
não reage ou fala sobre a agressão sofrida. Por essa razão, pode-se
entender o porquê de professores e pais não conseguirem perceber a
ocorrência do bullying, atuando de forma insuficiente para a redução e
interrupção dessas situações.Nós como futuros educadores, temos que ter
consciência do nosso papel, não só como educadores, ou transmissores de
conhecimento, assim como na família, também desenvolvemos a afetividade
com essas crianças, as mesmas ocupam parte de nossas vidas, e deve sim
existir a relação de afeto e proteção, pois em primeiro lugar somos
humanos. Mas não confundir a relação afetiva, ou proteção, com
prioridades, ou preferências.
Esse despreparo dos professores ocorre
porque, tradicionalmente, nos cursos de formação acadêmica o nos cursos
de capacitação, são treinados com técnicas que unicamente os habilitam
para o ensino de suas disciplinas, não sendo valorizada a necessidade de
lidarem com o afeto e muito menos com os conflitos e deveriam ser
preparados para educar a emoção de seus alunos. (FANTE,2005,p 68).
Silva (2010) define os protagonistas do bullying em: Vitimas: Que subdividem em três grupos, a primeira é a vitima típica,que
são os alunos que apresentam pouca habilidade de socialização, são
tímidas ou reservadas e não conseguem reagir aos comportamentos
provocadores e agressivos dirigidos contra eles. A segunda é a vitima provocadora:
São aquelas capazes de insuflar em seus colegas reações agressivas
contra si mesma, porem não são capazes de responder os revides de
maneira satisfatória. As vitimas agressoras: São aquelas que
reproduz os maus-tratos sofridos como forma de compensação, ou seja
geralmente procuram alvos mais frágeis e sensíveis que elas. Agressores: Podem
ser de ambos os sexos, possuem em sua personalidade traços de
desrespeito e maldade, e na maioria das vezes, essas características
estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é
obtido ou legitimado através da força física ou de intenso assedio
psicológico.
Espectadores: São alunos que testemunham
as ações dos agressores contra as vitimas, mas não tomam qualquer
atitude em relação a isso. E estes se subdividem também em três grupos: Expectadores ativos:
Aqueles que apesar de não participarem dos ataques contra as vitimas,
manifestam “apoio moral” aos agressores, com risadas e palavras de
incentivo. Os expectadores neutros: Aqueles que por questão sociocultural, não demonstram sensibilidade pelas situações de bullying que presenciam.
Identificar os alunos que são vitimas,
agressores, ou expectadores é de suma para que as escolas e as famílias
dos envolvidos possam elaborar estratégias e traçar ações efetivas
contra o bullying. Cada personagem dessa trama apresenta um
comportamento típico, tanto na escola como em seus lares. Para Fante,
(2005, pág 47).
- 3. CONSEQÜÊNCIAS NA FORMAÇÃO DA CIDADANIA PARA O AGRESSOR E PARA O ALVO DO BULLYING.
A prática do bullying pode causar danos
tanto na vida social, tanto na pessoal, do agressor, quanto nas vitimas.
Nesse caso acredito que para as vitimas, as conseqüências podem ser
ainda mais graves.
No caso das vítimas, Fante (2005, p, 12), relata:
Esse fenômeno comportamental vitimiza a
criança envolvida em tenra idade escolar, tornando-a refém de uma
ansiedade flutuante e circulante que interfere em todos os seus
processos de aprendizagem pela excessiva mobilização psíquica de medo,
constrangimento, angustia e raiva reprimida. Sem falar que a pessoa
vitima, pode apresentar quadros graves de transtornos psíquicos e
comportamentais, que podem trazer danos a vitima, e para os agressores.
Os estudiosos do tema, tratam o bullying
como o tipo de violência mais cruel, por suas vitimas se calarem, não
conseguir manifestar nenhum tipo de reação, a não ser a de aceitar, se
isolar, se excluir dos outros, pois o bullying sendo ele direto
(insultar,chingar,chutar, bater, ofender, colocar apelidos pejorativos,
zoar), ou indireto (excluir, isolar, ignorar, desprezar), afetam da
mesma forma a auto estima, a segurança, o poder de se esquivar e de
socializar com as outras crianças. Afetam acima de tudo,na fase inicial
ou fundamental escolar, a sua moral.
Essas mobilizações poderão aprisionar
sua mente a construções inconscientes de cadeias de pensamentos, que
resultarão em dinâmicas psíquicas destrutivas de sei mesma e da
sociedade como, por exemplo, a instalação do desejo de matar por
vingança, o maior numero possível de pessoas, seguido de suicídio. O
trágico é que as vitimas desse fenômeno são feridas na área mais
preciosa, íntima e inviolável do ser,- a sua alma -, sem levarmos em
conta as conseqüências, que não serão poucas, para os agressores, e para
os expectadores. ( FANTE, Cleo, p.12).
Como visto, a escola acaba tornando – se
assim um lugar de divisão, separação, afetando assim, sua aprendizagem,
o interesse em aprender, contribuindo para a evasão escolar, o que é
mais preocupante, nas series iniciais, as crianças não costumam querer
freqüentar as aulas, afeta também na vida familiar, as vitimas tendem a
tornar-se, quando não conseguem superar esses traumas, pessoas
agressivas,pois tentem a transpassar a outros, o sofrimento obtido, é o
caso, onde de vitima, passa protagonizar a parte mais tensa desta
realidade, chegando a conseqüências mais graves como, tentarem
suicídios, ou mesmo cometer homicídio, acreditando ali então, estar se
vingando de todos os constrangimentos. Para Fante (2005):
As conseqüências para as vítimas são
graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela
escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento,
o absentismo e a evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional,
a baixa na resistência imunológica e na auto-estima, o stress, os
sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o
suicídio.a vítima pode continuar a sofrer seus efeitos negativos muito
além do período escolar. Pode trazer prejuízos em suas relações de
trabalho, em sua futura constituição familiar e na criação de filhos,
além de acarretar prejuízos para sua saúde física e mental.
Ainda Segundo Fante, (2005), em se
tratando dos “agressores”, ocorre o distanciamento e a falta de
adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como
forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para
futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na
vida adulta.
Trata-se de um fenômeno que envolve um
todo, desde seus protagonistas, à toda parte escolar. As conseqüências
dependendo da gravidade do caso podem ser muito graves, e trazer
sofrimento tanto para o agressor, quanto para a vítima.
- O PROFESSOR COMO O ALVO
A violência escolar não atinge apenas os
alunos que freqüentam a escola. Nós, os educadores, assim como os
funcionários, não estão imunes a essa disseminação de violência. Podemos
ser alvos dessa pratica, e infelizmente como relata Silva (2010), em
alguns casos, ser o próprio agressor.
Os professores não conseguem detectar os
problemas, e muitas vezes, também demonstram desgaste emocional com o
resultado das várias situações próprias do seu dia sobrecarregado de
trabalhos e dos conflitos em seu ambiente profissional. Muitas vezes,
devido a isso, alguns professores contribuem com o agravamento do
quadro, rotulando com apelidos pejorativos ou reagindo de forma
agressiva ao comportamento indisciplinado de alguns alunos. (Fante
2005).
Para Silva, (2010, p.147), a maioria dos
professores não sabem como lidar com a situação, pois eles temem
procurar a direção escolar e ser mal interpretado pelos seus superiores,
por medo de serem rotulados de incompetentes, e muitos tentam enfrentar
esses alunos, tentando amenizar a situação que muitas vezes acreditam
não ter sucesso pois se mostra fragilizado para o aluno. Outras vezes
procuram os pais, tentam reunir os mesmos, e se encontram na incomoda
situação dos mesmos não comparecerem.
Ainda segundo Silva (2010, p. 170),
quando o professor sofre ameaça, ele deve procurar de forma imediata, a
direção da escola. Em caso de omissão por parte da instituição, ele
devera dirigir-se por contra própria, a uma delegacia de policia para
fazer um boletim de ocorrência.
Trata-se de uma questão complexa, que
envolve muito diálogo, e muito depende da participação da comunidade
escolar para resolver esse tipo de problema.
- 5. A ESCOLA NO COMBATE AO PRECONCEITO E CONSEQUENTEMENTE AO BULLYING.
O bullying então advém de outra forma de
violência, que é o preconceito, que se concretiza através de uma
discriminação. Para Freire, qualquer discriminação é imoral e lutar
contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos
condicionamentos a enfrentar. Sabemos que as crianças em idade escolar,
tendem a se adaptar com o novo, como vimos é na escola que eles criam um
tipo de “independência”, pois não estão diante da proteção dos pais.
Tem a necessidade de saírem bem, realizados nessa nova descoberta,
alguns com mais facilidade que outros. Ai a escola entra, o professor
deve saber distinguir “brincadeiras” com humilhações, deve tomar o
cuidado de não discriminar e não mostrar ter preferências. Para o Professor da FEA (Faculdade de Economia da USP), José Afonso Mazzon:
O bullying nada mais é que resultado de preconceito e discriminação.
E se esse comportamento aparece tão forte num grupo que não inclui
apenas crianças, fica evidente que tudo começa fora do ambiente escolar.
“Preconceito e discriminação são um traço cultural do que a criança tem
em casa e, quando vai para a escola, leva isso com ela”.
É ai que o professor, e todo o membro
escolar pode evitar as causas do bulliyng, que como visto acima, não só
ocorre entre alunos, mais o professor pode ser atuante nesse impasse,
tanto como vitima, quanto como o próprio agressor.
“A tolerância, a ausência de parâmetros
que orientem a convivência pacifica e a falta de habilidade para
resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas
no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é
a matemática ou a biologia; a convivência, para muitos alunos e de
todas as séries, talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida.” (
FANTE, 2005, p. 91)
Combater o preconceito nas escolas, não é
tarefa fácil, como descreve Fante, atualmente uma das tarefas mais
complicadas é a convivência. Como vimos às consequências dessa prática,
pode trazer danos muitas vezes irreparáveis para as suas vitimas e para
quem pratica.
Cabe aos educadores, saber diagnosticar,
ser observador, estar atento para saber o como agir ecombater essa
drástica forma de violência, o bullying escolar.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, coloco a importância
do professor no combate a prática do bullying, ele deve ter o subsidio
para evitar que as consideradas “brincadeiras infantis”, passe para
humilhações, gozações, ou situações mais graves para o agressor, quanto
para a vítima. Pois como visto, esse tipo de comportamento, além de
trazer danos físicos, atinge principalmente a sua alma, a sua moral.
Como se sabe o bullying é uma prática
antiga, mas só nos últimos anos vem sendo estudado. Ele se transforma a
cada dia uma constante nas escolas, todos tem consciência que ele
existe, que ele ocorre, mais nem todos estão preparados para assumir e
combater.
Fica destacado aqui, a importância da
escola no desenvolvimento sadio da criança, e os professores assim como
todo o membro escolar, devem ficar atentos a alguns comportamentos
estranhos que acontecem com seus alunos, pois o professor tem que
conhecer o seu aluno a fundo para que haja de fato o
ensino-aprendizagem.
E um item que considero mais importante,
o cuidado para não discriminar, pois o professor deve ser um exemplo
bom para a formação da cidadania, trabalhar o respeito, a tolerância as
diferenças e não mostrar preferências, defender a desigualdade. Acredito
que combatendo o preconceito, o bulying não encontra espaço para
acontecer.
O bullying é um fenômeno violento, que
se alastras rapidamente nas escolas do mundo inteiro. Deve-se trabalhar a
conscientização, assim como esse fenômeno dissemina, o respeito ao
próximo e a paz nas escolas, também pode ser algo a ser alcançado.
- REFERÊNCIAS
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