Violência escolar e bullying são temas que devem ser debatidos a cada dia nas escolas e em casa.
(Foto:Arquivo)
Para especialista, a violência escolar hoje em dia atinge ambos os lados, alunos, professores e toda a comunidade escolar e precisa ser monitorada por especialistas. A definição de violência e violência escolar é complexa e apenas uma denominação não pode explicitar de fato o que acontece dentro e fora dos muros da unidade escolar. Porém utiliza-se hoje o termo violência para aquilo que gera violência física, tratada em artigos por especialistas como Candau, Gilberto Velho, Sposito e outros, e também a psicológica ou simbólica, muito abordada pelo sociólogo francês Pierre Bordieu.
Para a pesquisadoraem Violência Escolar, Cleodelice Aparecida Zonato Fante: “Essa violência é algo bastante comum e os professores têm que estarem mais preparados. Porém não se pode cobrar do professor aquilo que não é oferecido a ele”, explica.
De acordo com a pesquisadora, “a violência psicológica é xingar, humilhar, excluir, ignorar, ameaçar, ofender. Já a agressão física é chutar e dar soco. Essa violência pode ser entre alunos, do aluno com direção ao professor, do professor com relação ao aluno.”
Outra situação importante é a questão do bulling. “Essa é mais específica e seria quando ocorre uma violência entre alunos. Muitas vezes por um aluno ou grupo que intimida outro aluno ou a vítima é mais fraca fisicamente ou de popularidade excluída do grupo”.
Segundo Cleodelice, isso gera uma consequência ruim para a criança. “O aluno pode não querer ir mais para a escola e ficar com baixa autoestima. Ela pode ter algum sintoma psicossomático”.
Ela ainda comenta que os autores acabam se envolvendo com amigos que têm esse comportamento agressivo. “Eles abusam de bebidas alcoólicas, de drogas e podem acabar tendo conflitos com os professores.”
A pesquisadora alerta sobre as razões do problema. “A violência em casa com os pais, a questão dos meninos serem mais agressivos que as meninas e a escola têm uma participação na responsabilidade. Escola onde as regras não são decididas em conjunto ou os alunos não participam.”
“Com essa realidade diferente, os professores não estão sendo preparados, eles têm dificuldades e acabam reagindo da forma não tanto técnica, mas de uma maneira que eles foram aprendendo com a vida. Quando o professor gritar para pedir silêncio, ele está agredindo e isso não pode acontecer, o professor tem que buscar alternativas para isso.”
Ela afirma que o professor deve usar da sua autoridade sim, mas em prol do aluno e de qual é o papel da instituição escolar. Deve haver regras sim, normas, mas essas devem ser dialogadas, justas, impostas consistentemente e sem diferenciar os alunos por etnia, religião, características físicas.
Fonte: Primeira Página
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