Os especialistas em Educação esperam que o trabalho do professor-mediador diminua a violência e casos de bullying nas escolas.
"Esse profissional precisa ter competências para se relacionar com os alunos, conhecer a linguagem e o meio social para ter condições de lidar tanto com eles quanto com os pais", disse o doutor em Educação pela Puc (Pontifícia Universidade Católica) São Paulo Klinger de Sousa.
Para a professora de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da Usp Silvia Colello, esse cargo lembra o antigo orientador educacional. "Há mais de 30 anos esse cargo não existe na rede estadual. Esse profissional atendia aos pais, resolvia os conflitos na escola, além de orientar os alunos. Com o tempo, a rede pública achou que isso era luxo e essa função permaneceu apenas na rede particular", explicou.
Silvia acredita que o mediador realiza função importante. "É preciso ter alguém responsável por lidar com esses conflitos, que antes eram assumidos por um diretor ou coordenador pedagógico", ressaltou a professora. Ela afirma que os pais precisam estar presentes na dia-a-dia da escola para que a iniciativa tenha efeito.
Para a professora da Faculdade de Educação da Puc Nadia Dumara Ruiz Silveira, as ações podem intensificar a interatividade. "Nesse ambiente, alunos, professores, pais conseguem lidar melhor com os problemas e soluções dos conflitos", explicou.
Pais e alunos de escola de Ribeirão aprovam iniciativa
Para os pais e alunos da EE Professor Casemiro Poffo, em Ribeirão Pires, o professor-mediador vai contribuir para a organização e a percepção de problemas da escola.
"O professor foi apresentado para todos alunos como sendo alguém que irá nos auxiliar. Acredito que isso é muito bom, porque ele terá essa função de observar o comportamento e conversar com a gente", disse a estudante Bruna Santos Bertacini, 16 anos, do 3º ano do Ensino Médio.
A mãe da jovem acredita que o professor trará ainda mais organização. "Ele vai ser um amigo para os alunos e também vai ser bom para os pais saberem como está o andamento da escola", disse a dona de casa Teresinha de Jesus dos Santos Bertacini, 50.
A funcionária pública Márcia Ferreira Xavier, 43, está gostando da iniciativa do governo. "Vai ser bom porque esse profissional vai conseguir lidar com os problemas da escola. Assim, vai poder conversar com esses pais", disse. O filho Kaique de Oliveira Xavier, 16, já notou diferença. "Desde que ele chegou, os alunos que xingavam os outros no intervalo pararam. Ele sempre está andando, observando e conversando com a gente", disse o estudante do 3º ano do Ensino Médio.
Para a ajudante geral Margarida Maria da Silva, 50, que já trabalhou na unidade, o professor irá ajudar. "A escola melhorou muito, mas o profissional vai ajudar no controle da situação", disse ela, que tem um filho estudando na escola.
Fonte: Bruna Golnçalves do Diário do Grande ABC
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