sábado, 28 de fevereiro de 2015

Trote não, solidariedade sim

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br

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Trote idiota: obrigar os calouros a ingerirem bebida alcoólica. Trote bacana: arrecadar recursos para abrigo de idosos
Obrigar os calouros a ingerirem bebida alcoólica ou arrecadar recursos para abrigo de idosos? Voto nesta

Nunca gostei daqueles trotes que os veteranos fazem com os calouros que acabam de entrar na universidade. Sei que o costume é antigo, que é uma espécie de ritual de passagem e que, na maioria das vezes, tudo não passa de uma grande brincadeira. Mas o problema é que muitas vezes ultrapassam-se os limites do bom senso e do respeito aos outros. Não são raros os casos de bullying, ofensas morais e até violências físicas. Não me atrai este “abuso de autoridade”, mesmo que seja sem maldade e que eu saiba que o calouro de hoje será o veterano do ano que vem, e que também irá se divertir às custas dos recém-chegados.
Acompanhei uma turma de calouros, uma vez, que passava por vários trotes nos primeiros dias de aula. Um deles era assim: um menino tinha que escolher entre vários papéis onde estavam escritos adjetivos, um que se adequasse à colega. Ele colou na testa dela o papel com a palavra “balofa”. Todo mundo riu, ela ficou sem jeito mas aguentou firme até o final da brincadeira. Meses depois ela me confidenciou que por pouco não desistiu do curso, tamanha a humilhação que sentiu, mas oreferiu não reagir para evitar ainda mais brincadeiras e gozações.
Óbvio que quando se é adulto este tipo de coisa não causa traumas, pelo menos não causaria em mim. Mas num adolescente que quer e precisa ser aceito pelo grupo, é bem diferente. Se eu pudesse, baixaria uma lei proibindo os trotes – ou melhor, incentivando as recepções nas universidades que envolvem ações solidárias,  como arrecadação de agasalhos, alimentos, livros, brinquedos, visitas a doentes, asilos, creches.  Precisamos despertar o espírito solidário e de cidadania nos nossos jovens. E não o contrário.
Postado por viviane_bevilacqua

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