domingo, 18 de maio de 2014

Ser valentão pode ser bom para a saúde, diz estudo

 

Hoje em dia é bastante comum lermos notícias sobre o famoso “bullying” e suas consequências sobre as pessoas que são vítimas desse tipo de violência. No entanto, de acordo com o The Verge, um grupo de pesquisadores decidiu conferir quais são os efeitos desse comportamento nos “bullies”, ou seja, nos indivíduos valentões que aterrorizam os demais.
Segundo a publicação, um estudo apresentado em um importante periódico científico demonstrou que ser valentão — especialmente para os que jamais foram vítimas de bullying — efetivamente pode trazerbenefícios para a saúde quando comparado a pessoas que nunca se envolveram com esse tipo de comportamento.


Valentões puros

Os pesquisadores descobriram que os “bullies puros” — ou seja, os valentões que nunca sofreram bullying — apresentam níveis mais baixos de uma proteína chamada c-reativa, que indica a ocorrência de processos inflamatórios. Essa característica, conforme explicaram os cientistas envolvidos no estudo, pode significar uma redução no risco do desenvolvimento de condições como síndromes metabólicas e problemas cardiovasculares.
No estudo, os pesquisadores acompanharam mil crianças da região da Carolina do Norte durante um período de sete anos. No decorrer desse tempo, os participantes tiveram amostras de sangue coletadas e foram entrevistados, respondendo a perguntas como, por exemplo, se haviam sofrido bullyig nos últimos três meses. Esse acompanhamento permitiu que os cientistas analisassem as alterações nos níveis da proteína c-reativa.
Segundo os cientistas, outro resultado interessante foi que o organismo dos participantes que faziam e sofriam bullying não demonstrou qualquer efeito inflamatório positivo ou negativo, apresentando o mesmo resultado de pessoas que não se envolveram com esse tipo de comportamento. Em outras palavras, as ações mistas — de ser bully e vítima — parecem neutralizar os efeitos bons ou ruins sobre a saúde.

Estresse

Os pesquisadores ainda não descobriram o que exatamente provoca essa alteração nos níveis da proteína c-reativa, mas suspeitam que o estresse provocado por situações de bullying e maus-tratos pode afetar a forma como o corpo reage ao estresse em longo prazo. Isso porque essas experiências violentas podem liberar doses de cortisol — um hormônio associado à resposta ao estresse — cedo demais e com muita frequência durante a infância.
Como resultado, o sistema de resposta do organismo às situações de estresse se tornaria desregulado, deixado o corpo mais vulnerável às inflamações. Porém, os “bullies puros” não experimentam — ou sofrem com — esse tipo de estresse. Pelo contrário: os pesquisadores apontaram que os valentões desfrutam de um aumento no status social.
Os cientistas fizeram questão de deixar bem claro que ter níveis altos da proteína c-reativa não indica necessariamente más condições de saúde, senão que esse fator deve ser compreendido como um sinalizador de possíveis problemas no futuro. Além disso, com o estudo, os pesquisadores não estão sugerindo que as crianças devam começar a aterrorizar as outras.
Afinal, existem muitas outras formas de fortalecer o organismo contra a ocorrência de processos inflamatórios, como a prática de esportes, participação em atividades sociais e fazer parte de clubes, por exemplo.

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