quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ao L!Net, Vitor Belfort abre o jogo sobre TRT e reclama de 'bullying'

A banição do uso do TRT (Terapia de Reposição Hormonal) pela Comissão Atlética de Nevada no fim de fevereiro atrapalhou os planos de Vitor Belfort e adiou sua chance pelo cinturão dos médios do UFC, que estava programada para acontecer no dia 24 de maio, contra Chris Weidman, em Las Vegas. O veto ao método agora faz com que o brasileiro tenha de se adaptar à rotina de treinos sem repôr a testosterona que lhe falta no corpo e o mais importante: ele tem de comprovar que seu organismo está "limpo" para poder voltar a lutar. No Brasil, ele já conseguiu a liberação. Mas e em Las Vegas?
Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, Belfort explicou como tem sido a fase "sacrificante" de adaptação sem o TRT, se disse vítima de preconcento no caso, mas não deixou claro como anda o processo para ser liberado para voltar a lutar em Las Vegas. Ao ser perguntado se já entrou com o pedido para ser liberado em Nevada, o fenômeno apenas declarou que espera que os exames feitos aqui sejam igualmente considerados em Nevada.
- É o que tenho feito. Já fiz todas as aplicações aqui. Depois da exceção que a comissão brasileira deu para o Dan Henderson - que pelo menos aqui no Brasil ninguém fez nada como fizeram lá fora com o brasileiro... Abriram uma exceção aqui, mas o americano não abriu uma exceção lá. Aqui, o brasileiro teve caráter de abrir uma exceção. Agora, a mesma regra que é adaptada para o Brasil é a mesma regra de nevada. Já passei todos os testes que foram pedido. Dr. Tannure (Diretor médico da CABMMA) já fez todos os testes, está tudo pronto. Se eu posso lutar no Brasil, por que não posso lutar em Las Vegas? Isso é uma forma de preconceito. O racismo é um preconceito. Posso lutar aqui e não posso lutar lá? Por quê? Tenho certeza de que a gente vai conseguir desvendar isso e solucionar. Em breve, vou estar conquistando aquilo que é meu direito - declarou Vitor, em conversa com a reportagem na última sexta-feira.
O carioca voltou a reclamar da permissão dada a Dan Henderson, que mesmo depois do banimento lutou no Brasil sob o uso do TRT após a Comissão Atlética Brasileira de MMA entender que o americano não teria tempo (menos de um mês) para se adaptar à preparação sem o uso da terapia de forma repentina. 
- É simples. A minha adaptação foi simples. Não pode? Não pode. Pode? Pode. Não concordo com a forma que foi a banição, e não concordo com a banição pois é uma dependência que meu corpo não produz. É como se tirassem a bombinha do asmático, a insulina do diabético... Ficou esse negócio todo por que eu estava ganhando de todo mundo e ninguém falava dos outros que faziam o TRT, ao contrário: abriram uma exceção para um americano lutar no Brasil com o TRT, mas o brasileiro foi proibido de lutar lá fora. Tem várias questões aí, é muita política. Não pode, não pode. Agora é ir adiante. Tenho me dedicado a fazer o meu melhor, pois (a adaptação) foi difícil, sacrificante. Tenho bons médicos e a medicina está aí, evoluindo cada dia mais, e a minha força de vontade que Deus me deu é algo divino. O que Deus faz ninguém pode tirar, ninguém pode rasgar - avaliou.
Ao ser perguntado se sente que sofre uma forma de bullying por conta das críticas recorrentes à sua necessidade quanto ao uso do TRT, Belfort falou até em racismo. O brasileiro, que já foi flagrado no antidoping em 2006, relembrou o caso e disse que "não pode ser condenado por algo que fez há anos". 
- Isso é bullying! Tudo que é preconceito é bullying. Hoje, se criou um nome para isso. O racismo era um bullying. Tudo pode ser um bullyng. É um forma de bullying (ser criticado pelo uso do TRT)? É. Mas não tenho como brigar com o poder. Não tenho como chegar e resolver as coisas dando chute rodado em tudo, dando soco em todo mundo. Tem certas coisas que é o que é e não posso mudar nada. Não tenho vergonha de nada. Não posso ser condenado por uma coisa que fiz há anos. Quando você paga um preço, já pagou um preço. Você não pode ser condenado por nada que você já pagou. Já foi pago. É como se quisesse colocar de novo uma pessoa que cometeu um erro e crucificar aquela pessoa de novo. Sou um cara justo, honesto, não sou perfeito, mas acho que tudo tem limite. Acho que está todo mundo de saco cheio de ver isso... É uma implicância. Estou em cristo, em paz. Está tudo bem, tudo passa. Tudo vai passar. O segredo é o que cada um vai deixar como legado. Estou corrigindo meus erros, crescendo, melhorando e fazendo o meu melhor. Não posso fazer nada além disso - finalizou.
Fonte O Povo

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