Um resumo bem simples de “O Jogo dos Tesouros” pode passar a ideia de que é mais um livro para meninas, como tantos. Mas a narrativa de Heloisa Prieto não chega nem perto disso. É muito melhor.
O resumo: Marinês é uma garota com poucos amigos na escola, que sofre bullying de Olga, a mais popular da turma, e busca refúgio em um mundinho particular. Surpreendentemente, ela se envolve com um garoto americano do intercâmbio, surfista, sonho de todas as alunas.
O que a autora faz é subverter uma história com tudo para ser ordinária. Marinês narra os acontecimentos, que mistura a suas observações da vida e a um jogo que ela inventa, no qual o prêmio maior é sua satisfação pessoal.
Ela vai captando “sinais” no dia a dia, na escola e no parque que adora visitar, e marca todos em um mapa na sua cabeça. Registra ali coisas boas e ruins. Depois, tenta traçar uma rota para atravessá-lo. Parece complicado, mas é divertido de seguir.
Enquanto se põe a engendrar a brincadeira, Marinês vê sua relação com Olga e o americano Mike tomar rumos bem inesperados.
Autora de mais de 50 livros, Heloisa Prieto gosta de não se encaixar nos padrões do infantojuvenil. Escreve sobre medo como se fosse algo divertido, trata monstros como gente normal e transforma coisas corriqueiras em grandes eventos na vida de seus personagens.
Com desenhos do artista austríaco radicado no Brasil Jan Limpens, “O Jogo dos Tesouros” é para leitoras jovens cansadas de mesmice. E para adultos interessados em boa literatura.
Fonte: O Diário de Mogi
Nenhum comentário:
Postar um comentário