Anamaria Nascimento do Diário de Pernambuco
Marcelo*, 12 anos, já passou por três colégios de Olinda e do Recife nos últimos dois anos. Em todos, ouvia os mesmos apelidos. Era chamado diariamente de gordão, bolota e baleia por colegas de classe e teve que interromper os estudos no meio do ano letivo por causa das agressões verbais. Com 1,54 de altura e 83 kg, o menino tem obesidade grau 1, o tipo mais brando da doença. Crianças e adolescentes com o perfil de Marcelo são as maiores vítimas de bullying. É o que aponta uma pesquisa divulgada em janeiro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um estudo semelhante está sendo realizado pela Secretaria Estadual de Educação, que faz um levantamento dos casos e motivos da prática do bullying nas escolas da rede pública. Os resultados serão divulgados ainda neste ano.
De acordo com a pesquisa nacional, o peso corporal é fator predominante em casos de agressões no âmbito escolar. O percentual de estudantes que se acham “muito gordos” vítimas de bullying corresponde a 23,7% dos casos. As perseguições a estudantes “gordos” ocorrem em 12,1% e aos “muitos magros” em 11,3% dos casos pesquisados. Para a psicóloga e antrópologa Cristiany Morais, que orientou os primeiros projetos acadêmicos sobre bullying da Universidade Federal e Pernambuco (UFPE), os resultados do estudo refletem as cobranças atuais da socidade pelo corpo perfeito. “Vivemos numa época em que as pessoas definem os outros pela aparência. As crianças absorvem essa cultura e propagam a visão de que o corpo tem que ser magro”, pontua.
A especialista explicou que, para ser caracterizada como bullying, a agressão deve ser repetitiva. “O fenômeno, exclusivo do âmbito escolar, é caracterizado pela recorrência e por ter como objetivo principal humilhar, constranger o outro”. Era o que acontecia a Marcelo. “A cobrança por corpos esculturais é cruel com as crianças. Meu filho teve problemas sérios nas escolas e foi perseguido por estar acima do peso. Hoje, passa por acompanhamento psiquiátrico e só dorme com medicação”, diz a esteticista Verônica*, 40.
As conclusões do Ipea foram baseadas na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2012, que reuniu entrevistas com 110 mil alunos. A pesquisa definiu o perfil corporal dos estudantes a partir da percepção deles sobre o corpo. Os estudantes se identificavam como “muito magro”, “magro”, “normal”, “gordo” e “muito gordo”. Na rede pública, 54% dos que se acham “muito gordos” dizem que sofrem bullying. Nas instituições particulares, o índice é mais alto, 63%.
A pesquisa
36,5%dos estudantes relataram ser vítimas de bullying por causa da aparência física
54%dos estudantes que se acham “muito gordos” dizem que são vítimas de bullying
63%dos casos de bullying conta estudantes que se consideram “muito gordos” acontecem em escolas particulares
34%das estudantes que se sentem “muito magras” afirmam que estão sozinhas quase sempre
19%dos meninos “muito magros” apontam que se sentem sozinhos quase sempre
39,4%das vítimas estão sujeitas a se tornarem agressoras, 32,5% a sentirem solidão e 15,5% a sofrerem de insônia
De acordo com a pesquisa nacional, o peso corporal é fator predominante em casos de agressões no âmbito escolar. O percentual de estudantes que se acham “muito gordos” vítimas de bullying corresponde a 23,7% dos casos. As perseguições a estudantes “gordos” ocorrem em 12,1% e aos “muitos magros” em 11,3% dos casos pesquisados. Para a psicóloga e antrópologa Cristiany Morais, que orientou os primeiros projetos acadêmicos sobre bullying da Universidade Federal e Pernambuco (UFPE), os resultados do estudo refletem as cobranças atuais da socidade pelo corpo perfeito. “Vivemos numa época em que as pessoas definem os outros pela aparência. As crianças absorvem essa cultura e propagam a visão de que o corpo tem que ser magro”, pontua.
A especialista explicou que, para ser caracterizada como bullying, a agressão deve ser repetitiva. “O fenômeno, exclusivo do âmbito escolar, é caracterizado pela recorrência e por ter como objetivo principal humilhar, constranger o outro”. Era o que acontecia a Marcelo. “A cobrança por corpos esculturais é cruel com as crianças. Meu filho teve problemas sérios nas escolas e foi perseguido por estar acima do peso. Hoje, passa por acompanhamento psiquiátrico e só dorme com medicação”, diz a esteticista Verônica*, 40.
As conclusões do Ipea foram baseadas na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2012, que reuniu entrevistas com 110 mil alunos. A pesquisa definiu o perfil corporal dos estudantes a partir da percepção deles sobre o corpo. Os estudantes se identificavam como “muito magro”, “magro”, “normal”, “gordo” e “muito gordo”. Na rede pública, 54% dos que se acham “muito gordos” dizem que sofrem bullying. Nas instituições particulares, o índice é mais alto, 63%.
A pesquisa
36,5%dos estudantes relataram ser vítimas de bullying por causa da aparência física
54%dos estudantes que se acham “muito gordos” dizem que são vítimas de bullying
63%dos casos de bullying conta estudantes que se consideram “muito gordos” acontecem em escolas particulares
34%das estudantes que se sentem “muito magras” afirmam que estão sozinhas quase sempre
19%dos meninos “muito magros” apontam que se sentem sozinhos quase sempre
39,4%das vítimas estão sujeitas a se tornarem agressoras, 32,5% a sentirem solidão e 15,5% a sofrerem de insônia
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