Em Itaboraí, no início da campanha contra o bullying, foi estimado que 40% de alunos já foram autores ou vítimas de agressão. As pesquisas confirmam que 50% dos agressores cursam o 6º ou o 7º ano em escolas públicas.
Rio - A Campanha de Enfrentamento do Bullying foi iniciada no último dia de atividades do 8º Simpósio de Educação de Itaboraí. Professores e diretores vestiram a camisa da campanha e receberam kits com informações para serem difundidas nas escolas. O bullying consiste em atividades intencionais com o propósito de ofender, agredir, perseguir, intimidar e amedrontar crianças ou adolescentes, tornando as vítimas pouco sociáveis, inseguras, quietas e com baixa autoestima. Estima-se que 40% dos alunos já foram autores ou vítimas de agressões, sendo que 60% delas ocorrem dentro das salas de aula e 56% dos agressores estão entre o 6º e 7º anos.
A própria secretária de Educação, Rosana Rosa da Silva, foi alvo do bullying aos 15 anos de idade. “Eu era chamada de Olívia Palito pelos meus colegas de turma”, contou a secretária, durante o simpósio. De acordo com o psicólogo da secretaria, Marcos André Torres dos Santos, poucos são os municípios que têm esta consciência. “O bullying não é brincadeira; vamos trabalhar este tema nas escolas com muita seriedade”, falou. Ainda de acordo com ele, a intenção é transformar a campanha em lei municipal e criar uma data no mês de novembro como o dia oficial de enfrentamento ao bullying.
A contribuição do educador e filósofo Paulo Freire para a educação cidadã foi levada ao plenário por Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire. “Crítico por excelência, Paulo Freire defendia uma educação prazerosa, baseada no diálogo. Para ele, todos possuem potencialidades e capacidades que precisam ser trabalhadas”, destacou Paulo Roberto. Itaboraí recebeu, ainda, como conferencista, o filósofo e advogado Gabriel Chalita, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
Ouvido por mais de mil pessoas, o palestrante destacou o respeito do professor com o aluno. “O educador tem que impor a sua liderança não com gritos, se você gritar uma vez com seu aluno, você terá que fazer isso todos os dias”, disse Chalita, ressaltando que as pessoas erram por ausência de amor. Os profissionais de educação presentes ao evento demonstraram satisfação em participar de palestras tão enriquecedoras.
Um projeto de lei com o objetivo de implantar nas escolas públicas foi criado em Barra Mansa para que sejam tomadas medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying. A lei solicita à prefeitura a capacitação dos professores e equipe pedagógica para realização de palestras, debates e demais iniciativas que serão discutidas em sala de aula, como prevenção e orientação.
Além disso, sugere conscientizar os envolvidos nesse quadro, visando à recuperação da autoestima, o desenvolvimento e a convivência harmônicos no ambiente escolar, incluindo também toda a família nesse processo.
Fonte: O Dia online
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