Edição 02 - Junho/Julho
Bullying
Problema de assédio repetitivo, físico ou psicológico, procura soluções. Entre crianças, ele é comum principalmente nas escolas
Dar apelidos aos colegas de classe pode parecer uma brincadeira engraçada para muitas crianças e, muitas vezes, não são as principais preocupações de pais ou professores. Esse comportamento deve ser levado mais a sério do que se imagina. Nem toda pessoa se sente bem quando é motivo de risadas. Ao mesmo tempo, o bullying – “valentão”, na tradução do inglês – como é denominada a conduta, pode alcançar proporções mais graves, que envolvem exclusão de alunos e agressão física.
Ambiente de trabalho e universidade também estão sujeitos ao bullying, mas as escolas se tornaram os palcos principais. É mais fácil uma adolescente agir dessa maneira do que um adulto. “A criança ainda não enxerga as regras sociais, diz tudo o que pensa. Por isso, é preciso estimular o respeito ao próximo”, comenta a psicóloga do Projeto Fé e Alegria, Teresinha Rosália Albuquerque, que atende a alunos dos Ensinos Fundamental e Médio do Colégio Liceu de Artes e Ofícios.
Aos 10 anos de idade, Lara* sempre foi uma boa aluna, tirava notas altas e os professores a adoravam. Até o momento, tudo estava bem, exceto quando os companheiros de sala começaram a sentir inveja. Foi assim que o bullying apareceu na vida da estudante. “Os meus colegas se sentiam diminuídos. Me rejeitar foi a maneira que eles encontraram de se sentir valorizados. Já tentaram até modificar minha nota na caderneta”, disse.
O bullying afeta não só a vida social da vítima, como também interfere no estado emocional. “Eu me sentia triste, me isolava muito, tive crises depressivas. Com o tempo o meu rendimento escolar caiu drasticamente”, confessa a menina. A estudante precisou fazer terapia para superar o que aconteceu, mas, mesmo assim, de vez em quando se sente com baixa auto-estima.
Acadêmicos da Faculdade Maurício de Nassau, em Pernambuco, vêm tentando alterar a realidade. Desde 2009, a equipe participou da elaboração do projeto de Lei (1.288/2009) em combate ao bullying. De acordo com a gerente pedagógica da faculdade, Simone Bérgamo , que também participou da construção do documento, o projeto busca incluir, nas escolas públicas e privadas, medidas de intervenção. “O objetivo é fazer com que a comunidade (escola e família) conheça o que é o bullying. Vamos realizar palestras e seminários com o tema e, assim, minimizar o caráter agressivo do jovem que pratica, além de proteger e ajudar quem sofre a se fortalecer”, disse.
Em outros estados, a sociedade civil também luta contra esse comportamento. O projeto Cia de Atores de Mar, do Rio de Janeiro, usa o teatro como conscientização das causas e consequências do bullying. “Viajamos para as escolas de todo o País com o espetáculo “Bullying”, mostrando o problema, a violência escolar e possíveis soluções”, afirma o diretor e fundador do projeto, Mar’ Junior.
Com o espetáculo, os jovens se sentem mais interessados em refletir sobre o problema. “Percebemos que os jovens são impulsivos porque as escolas não se humanizaram. Eles precisam desenvolver a imaginação no dia a dia. Por isso, o projeto é transformador”, conclui Junior.
*Nome fictício.
Autor: Por Sthéphanie Melo
Dar apelidos aos colegas de classe pode parecer uma brincadeira engraçada para muitas crianças e, muitas vezes, não são as principais preocupações de pais ou professores. Esse comportamento deve ser levado mais a sério do que se imagina. Nem toda pessoa se sente bem quando é motivo de risadas. Ao mesmo tempo, o bullying – “valentão”, na tradução do inglês – como é denominada a conduta, pode alcançar proporções mais graves, que envolvem exclusão de alunos e agressão física.
Ambiente de trabalho e universidade também estão sujeitos ao bullying, mas as escolas se tornaram os palcos principais. É mais fácil uma adolescente agir dessa maneira do que um adulto. “A criança ainda não enxerga as regras sociais, diz tudo o que pensa. Por isso, é preciso estimular o respeito ao próximo”, comenta a psicóloga do Projeto Fé e Alegria, Teresinha Rosália Albuquerque, que atende a alunos dos Ensinos Fundamental e Médio do Colégio Liceu de Artes e Ofícios.
Aos 10 anos de idade, Lara* sempre foi uma boa aluna, tirava notas altas e os professores a adoravam. Até o momento, tudo estava bem, exceto quando os companheiros de sala começaram a sentir inveja. Foi assim que o bullying apareceu na vida da estudante. “Os meus colegas se sentiam diminuídos. Me rejeitar foi a maneira que eles encontraram de se sentir valorizados. Já tentaram até modificar minha nota na caderneta”, disse.
O bullying afeta não só a vida social da vítima, como também interfere no estado emocional. “Eu me sentia triste, me isolava muito, tive crises depressivas. Com o tempo o meu rendimento escolar caiu drasticamente”, confessa a menina. A estudante precisou fazer terapia para superar o que aconteceu, mas, mesmo assim, de vez em quando se sente com baixa auto-estima.
Acadêmicos da Faculdade Maurício de Nassau, em Pernambuco, vêm tentando alterar a realidade. Desde 2009, a equipe participou da elaboração do projeto de Lei (1.288/2009) em combate ao bullying. De acordo com a gerente pedagógica da faculdade, Simone Bérgamo , que também participou da construção do documento, o projeto busca incluir, nas escolas públicas e privadas, medidas de intervenção. “O objetivo é fazer com que a comunidade (escola e família) conheça o que é o bullying. Vamos realizar palestras e seminários com o tema e, assim, minimizar o caráter agressivo do jovem que pratica, além de proteger e ajudar quem sofre a se fortalecer”, disse.
Em outros estados, a sociedade civil também luta contra esse comportamento. O projeto Cia de Atores de Mar, do Rio de Janeiro, usa o teatro como conscientização das causas e consequências do bullying. “Viajamos para as escolas de todo o País com o espetáculo “Bullying”, mostrando o problema, a violência escolar e possíveis soluções”, afirma o diretor e fundador do projeto, Mar’ Junior.
Com o espetáculo, os jovens se sentem mais interessados em refletir sobre o problema. “Percebemos que os jovens são impulsivos porque as escolas não se humanizaram. Eles precisam desenvolver a imaginação no dia a dia. Por isso, o projeto é transformador”, conclui Junior.
*Nome fictício.
Autor: Por Sthéphanie Melo
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