Perpétua Maria da Silva
Preocupações com provas, pesquisas e vestibular fazem parte da vida estudantil. O que não deveria estar presente na rotina de crianças e jovens, e em nenhuma outra fase da vida, é a violência, seja ela física ou psicológica. Infelizmente, a realidade mostra que estudantes estão cada vez mais expostos a essas situações. Implicâncias entre colegas podem gerar os mais variados apelidos e, com isso, as diferenças e as características peculiares de cada um passam a ser exaltadas de forma pejorativa e podem evoluir para agressões físicas. Muitas vezes, pela correria do dia a dia, os pais não percebem mudanças de comportamento nos filhos que indicam serem vítimas ou autores dessa violência que afeta os jovens e assusta familiares e educadores em todo Brasil: o bullying. É preciso estar atento aos sinais. A criança pode perder a vontade de ir para a aula, apresentar uma queda no rendimento escolar e não ter vontade de interagir com os amigos, mas o problema será percebido quando seus pais forem chamados no colégio em razão de brigas.
Pais e professores estão estreitamente ligados ao cotidiano das crianças. Mais que a proximidade física, é necessário construir um canal permanentemente aberto ao diálogo. Devemos ser referência em um momento de medo, dúvida ou angústia. É fundamental promover iniciativas para coibir essa forma de violência, como as leis antibullying aprovadas na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa. Os colégios da Rede Metodista de Educação do Sul também criaram um projeto com o objetivo de discutir o tema com seus alunos, para torná-los multiplicadores no processo de conscientização. O bullying é, acima de tudo, uma questão de formação. Mais do que preparar para o mundo acadêmico e profissional, a escola deve preparar para a vida, com valores éticos e morais, com respeito aos direitos e espaço dos outros. Antes de condenar uma criança por seus atos, é preciso se perguntar onde ela aprendeu tal comportamento. Pais e professores devem atuar juntos e ter consciência de que não basta apenas educar, é preciso ser educado, pois é na infância que se consolidam as bases da tolerância e do respeito com o outro. É com esta filosofia, presente no Ensino Metodista, que se deve trabalhar a formação de bons cidadãos para a vida em coletividade.
Vice-diretora da Educação Básica dos Colégios Metodistas Americano, Centenário e União
Fonte: Jornal do Comércio - POA
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