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Para Daphne Bozaski, a Benê de 'Malhação', novela trata bullying e saúde mental 'sem didatismo'
'É uma responsabilidade enorme falar sobre esse tema na TV aberta', diz atriz ao G1. Sincerona, personagem tem dificuldades para se relacionar e expressar emoções a outras pessoas.
Por Carol Prado, G1
Em "Malhação - Viva a diferença", Daphne Bozaski é vítima de bullying. Ela interpreta Benê, uma das cinco protagonistas da nova temporada da novela. Sincerona, tem dificuldades para se relacionar e expressar suas emoções aos outros. Acaba sendo alvo de piadas na escola, um drama que expõe também a questão da saúde mental na adolescência.
"É uma responsabilidade enorme falar sobre esse tema em uma TV aberta", diz ao G1 a atriz paulistana de 24 anos. No auge da discussão, ela avalia que o texto do diretor Cao Hamburger tem abordado o assunto "sem didatismo". "Ele nos envolve com as tramas e, quando menos esperamos, absorvemos e repensamos nossas vidas. Mistura entretenimento e conteúdo".
Para se preparar para a personagem, Daphne estudou as situações enfrentadas por Benê e investigou suas dificuldades sociais. "Trabalhei muito com referências de imagens, filmes e olhando para dentro de mim para ver o que tenho em comum com ela, quais sentimentos e vivências da Daphne posso emprestar para a Benê", conta. "Ao me debruçar sobre um personagem, repenso muito a minha vida."
Das crianças aos adolescentes
A parceria entre Daphne e Cao vem de antes da "Malhação". Ela foi uma das protagonistas do seriado infantil "Que monstro te mordeu?", criado pelo roteirista. A atração da TV Cultura foi o primeiro trabalho dela na TV. Depois, fez outra série para crianças, "Experimentos extraordinários", do Cartoon Network.
Acostumada ao público mais novo, ela diz que o melhor desses espectadores é a sinceridade. "Quando eles não se identificam, expõem as opiniões, e o contrário também acontece. Isso faz o trabalho valer a pena". Mas o papo com as crianças e adolescentes também traz responsabilidades, ela diz, e isso afeta diretamente sua vida pessoal.
"Recebo muitas mensagem de pessoas que se identificam com meu trabalho. Por isso, faz sentido fazer o que faço. Se não tocar em algo na vida da outra pessoa, em um pensamento que seja, não faz sentido fazer arte."
Função social
Daphne cresceu em Curitiba e voltou aos 17 anos, sozinha e sem destino certo, para São Paulo - "a cidade onde as coisas acontecem", ela define.
Contou com a ajuda de amigos e da mãe, também atriz, para conseguir os primeiros trabalhos no teatro. "Me adaptei fácil", lembra. "Aos poucos, fui conhecendo tanta coisa, vendo exposições, shows, peças, conhecendo e trabalhando com tantos artistas que eu admirava..."
Para "Malhação", conta ter feito várias etapas de testes. Sua atuação foi avaliada por quatro diretores, mesmo após a primeira experiência com Cao. Hoje, comemora a participação em uma temporada da novela que ela diz ter um "objetivo social":
"Falaremos de amizade, bullying, amor, descobertas, feminismo, quebra de estereótipos, rótulos... Nossa função é fazer as pessoas dialogarem sobre as diferenças. O diferente pode ser muito mais legal e nos ensinar muito."
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