Estar envolvido em situações de “bullying” durante a infância - tanto como vítima ou como responsável pelo assédio - faz aumentar os riscos para a saúde física, mental e também diminui as capacidades de relacionamento social. É a primeira vez que se realiza um estudo alargado para avaliar as consequências para os “dois lados da barricada”.
O trabalho, citado no portal “Alert”, é da responsabilidade de uma equipa de investigadores da Universidade de Pittsburgh (EUA) e seguiu um grupo de mais de 300 homens desde o início da escola primária até cerca dos 30 anos. As conclusões, de acordo com a líder científica Karen Mathews, indicam que tanto ser responsável como vítima de “bullying” acarretam problemas na idade adulta. Isto porque este tipo de relações pouco saudáveis dá origem a a interações interpessoais cheias de stresse. E esta condição é potenciadora de várias patologias.
A análise envolveu 500 rapazes que tinham frequentado o primeiro ano das escolas públicas de Pittsburgh em 1987-1988, quando os rapazes se encontravam no primeiro ano. Os investigadores recolheram informação junto dos alunos, pais e professores sobre comportamentos relacionados com “bullying” e efetuaram avaliações regulares sobre fatores de risco psicossociais, biológicos e comportamentais para o declínio da saúde.
Anos mais tarde, a equipa conseguiu voltar a entrar em contacto com 300 participantes no estudo original, os quais foram analisados relativamente a níveis de stresse, historial médico, alimentação e exercício físico e estatuto socioeconómico, tendo a maioria também efetuado análises ao sangue, avaliações inflamatórias e medidas de altura e peso. Foi apurado que tanto ser perpetrador como vítima de “bullying” na infância apresentava fatores de risco para uma saúde física debilitada.
Os rapazes responsáveis pelo “bullying” tendem a ser mais agressivos e a fumar na idade adulta, que são fatores de risco para as doenças cardiovasculares e outras mortais. Já as vítimas apresentam mais tendência para terem mais dificuldades financeiras, menores rendimentos, experiências de vida mais stressantes e de sentirem que eram tratados de forma injusta.
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