domingo, 28 de maio de 2017

Roteirista cria time de futebol gay: bullying na escola

O GLOBO

POR MARIA FORTUNA
Bees Cats
O roteirista André Machado criou um time de futebol gay e se surpreendeu com a quantidade de gente que apareceu para jogar no BeeCats Soccer Boys. “No terceiro encontro, éramos 40. Muitos estão resolvendo um trauma de infância, que fez com que criassem um certo bloqueio com o futebol”, conta ele, que lidera a pelada hoje, no campo Só 5, em Botafogo. André Conversou com Maria Fortuna.
O que causou esse bloqueio dos gays do seu time com o futebol?
Por serem gays, muitos sofriam bullying na escola, na hora do futebol. Eram os últimos a serem escolhidos, ficavam com as meninas e aí criaram esse bloqueio. Tem gente chutando uma bola pela primeira vez e dizendo que está funcionando como uma terapia e também como uma forma de fazer amigos. No jogo não tem briga, como no futebol hétero, em que até por um lateral há discussão. A gente joga por diversão.
De onde surgiu a ideia do time?
Sempre joguei futebol com amigos, mas aqui no Rio (sou paulista) não tinha ninguém para jogar. Me inspirei no Unicorns Futebol Clube, de São Paulo. Quando tive a ideia, chamei até héteros para jogar porque achei que não teria adesão, mas me surpreendi. Então excluí os héteros. No primeiro encontro, apareceram 18, no segundo 30, no terceiro, 40. Sabe como é gay, né? Leva o namorado, o amigo, vira um evento...
E virou um evento mesmo, né? Tem até DJ...
A gente joga e depois confraterniza. Bebemos e ouvimos um som de DJ, vira uma baladinha.
E o nome, de onde veio BeeCats Soccer Boys?
Fiz essa brincadeira de abelha e gato em inglês num trocadilho que tem a sonoridade de ‘biscate só quer boys’.

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