Em entrevista, a modelo americana falou sobre o bullying que sofreu não só na escola como dentro de casa
Ela está entre uma das modelos mais requisitadas do mundo mas o caminho até a fama não foi fácil para Ashley Graham. A americana de 29 anos revelou que suas curvas foram objeto de bullying na escola, onde seus colegas a agrediam verbalmente todos os dias.
Em entrevista à revista Harper's Bazaar, Ashley admitiu que "odiava" ir à escola e foi forçada a "internalizar" suas emoções. "As meninas me chamavam de 'coxas de queijo cottage' e 'coxas de trovão'. Eles falavam: 'Carga pesada chegando. Bip Bip!'. Eu odiava a escola", lembrou a bela.
Ashley começou cedo na carreira de modelo, aos 14 anos. E mesmo fazendo sucesso desde o início de sua trajetória - Ashley assinou contrato com uma importante agência de modelos enquanto ainda frequentava o colégio - seus colegas de classe tentavam descreditar as conquistas da então garota. "Como um modelo, as pessoas dizem que você é linda, e na escola, as pessoas te chamam de feia. Eles [os colegas] falavam: 'Você não é realmente uma modelo, você é uma modelo gorda'. Era humilhante. Eu apenas baixava a cabeça e internalizava tudo", contou.
Infelizmente, as agressões aconteciam também dentro de casa. Falando sobre seu pai, a modelo disse: "Meu pai era uma presença escura. Ele era muito crítico e áspero. Ele estava fisicamente lá, mas ausente emocionalmente. Ele achava que eu era burra porque eu tinha dificuldade em leitura e não era boa em matemática. Ele me chamava de 'Duh'. Tudo isso exerce muita pressão sobre uma criança."
O caminho para a auto-aceitação foi difícil e Ashley admitiu que às vezes tinha que ser dura consigo mesma. "Eu ainda acordo algumas manhãs e me sinto gorda, é claro que sim, mas cheguei a um lugar onde penso: a celulite não vai embora, e eu não vou me punir por causa disso, vou aceitar. Algumas mulheres dizem: 'Não consigo sair da cama, nunca vou encontrar um homem, ou conseguir o emprego que quero, por causa da minha aparência' ". Lembrando de um episódio de um programa de televisão americano para o qual ela fez uma bateria de testes de saúde ao lado de uma modelo de manequim 34, Ashley revelou: "Na verdade, meus testes estavam melhores e eu era mais saudável do que ela. Isso provou para mim que saúde vem em todos os formatos e tamanhos".
E quando ela duvida de si mesma, Ashley conta com o apoio do seu marido de sete anos, o diretor musical Justin Ervin, como seu porto seguro. "Finalmente ter um homem falando comigo sobre quem eu sou, foi algo de abrir os olhos, novo e intrigante. Antes eu não sabia como me comunicar plenamente com um homem, porque eu nunca tive isso com meu pai ou com meus namorados quando cresci, ainda menos com meus agentes, porque eles estavam sempre criticando meu corpo", revelou. "Uma vez eu perguntei:" 'Eu sou a garota mais gorda que você já namorou?' E disse: 'Sim, mas eu nunca tinha pensado nisso.' E foi isso."
A modelo, que é um símbolo de diversidade na moda e divulga auto-aceitação e uma postura positiva das mulheres com seus corpos, não deixou de falar sobre suas frustrações com a indústria: "É horrível que não há roupas suficientes que vão até um tamanho 50 ou 52. Como uma mulher plus size você tem a sensação de que você é um cidadão de segunda classe. Quero que as mulheres se aceitem. Tenho tantos amigos, magros, gordos, e todos têm as mesmas inseguranças", disse a bela.
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