segunda-feira, 29 de maio de 2017

Bullying: o que vem a ser?

CORREIO DO ESTADO

Fabiane Esperança Rocha é Psicóloga e psicoterapeuta

Bullying é um termo inglês adotado no Brasil para expressar o ato de bulir, zombar, ridicularizar, colocar apelidos humilhantes nas pessoas com o objetivo de diminuir a autoestima das pessoas, conhecemos o bullying em casa e quando frequentamos a escola, local em que começamos a nos socializar e aprender a aceitar os diferentes e as diferenças. Descobrimos que o preconceito existe, as pessoas fazem discriminações e escolhas. O professor José Afonso Mazzon, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) se surpreendeu quando recebeu o resultado de uma pesquisa que revelou que o ambiente escolar reforça ainda mais estas características humanas. 

Como lidar com estes comportamentos? Com a inserção dos direitos humanos civis e políticos em nível mundial, as confusões aumentaram e as formas de violência se intensificaram, sobretudo porque todos querem se construir socialmente como sujeitos das relações que travam. Cavalcante (2004) afirma que o professor Dan Olweus, da Universidade da Noruega, ao estudar as tendências suicidas entre os jovens, associou o bullying aos atos de retirar sua própria vida.  A prática deste ato pode também causar transtorno do Pânico, Transtorno do Stress Pós-Traumático e depressão e dependendo da gravidade dos atos e da violência podem levar o jovem a ter tendência suicida, caso os pais ou professores não ficarem atento às atitudes e comportamentos de seus filhos.

Fante (2017) reforça o fato da repetição intencional contínua da agressão como um fato extremamente negativo para a psique que acaba se caracterizando como o bullying. Muitos “sintomas” podem anunciar os sentimentos de inferioridade e a falta de espaço para discussão das situações incômoda que reflete tanto na parte física quanto na emocional. 

Existe ainda o espaço virtual, que é bastante aberto e sem controle, no qual o indivíduo pode agir mais “de longe” e mais “de perto”. É o Cyberbullying, um termo usado para descrever atos intencionais e repetidos de ameaça e ofensa, através da utilização de aparelhos tecnológicos como o celular e os computadores por meio da internet, que veicula o correio eletrônico, sites ou chats. Também podemos citar o Stalking ou Cyberstalking, caraterizado como a procura do perpetrador pela vitima através de proximidade física ou de chamadas telefônicas, meios eletrônicos, SMS e redes sociais. 

Bullying não é preconceito, mas sim o resultado de Preconceito e Discriminação, seja entre família, empregados e patrões, entre amigos ou inimigos. Segundo o dicionário Aurélio, preconceito é a forma de pensamento na qual as pessoas tiram conclusões que entram em conflito com fatos por tê-lo prejudicado. O seja, é o juízo antecipado, julgamento prévio e desfavorável.

Até pessoas com deficiência são vítimas de Bullying no aspecto emocional/comportamental principalmente pelas equipes de Recursos Humanos das empresas, que ainda não sabem e não estão preparados para avaliar a capacidade das pessoas com deficiência (PCDS). Dois fatores contam para confirmar esta atitude: a oferta de postos inferiores e indignos e a obrigatoriedade normativa. Isto incide em injustiças e até exclusão de talentos.

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