domingo, 28 de maio de 2017

EDUCAÇÃO A exportação do programa finlandês antibullying

OPINIÃO E NOTÍCIA

Países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru, já adotaram a prática que previne e combate o problema nas escolas


A exportação do programa finlandês antibullying
Apesar das testemunhas não serem as protagonistas nos casos, o silêncio ou as risadas reforçam o poder do agressor (Foto: Wikimedia)
O bullying é um grande problema nas escolas de vários países, inclusive na Finlândia, a número 1 do mundo em educação. Desde 2009, o país vem implementando um programa para combater e prevenir o bullying nas escolas. Os resultados estão sendo tão positivos, que o método já está sendo exportado para vários países.

Conhecido como KiVa (de Kiusaamista Vastaan, que quer dizer “contra o bullying” em finlandês), o programa foi desenvolvido na Universidade de Turku, na Finlândia. Em um levantamento com 30 mil estudantes entre sete e 15 anos, o modelo adotado chegou a eliminar completamente o bullying em até 80% das escolas. Entre os países que adotaram a prática estão alguns da América Latina como Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

“(O programa) leva em conta as pessoas que ficam caladas e sofrem passivamente com os insultos. Porque embora ninguém goste de participar de uma situação na qual uma pessoa é vítima de violência, muitas crianças não sabem o que fazer para sair do problema ou como defender a vítima”, explica a psicopedagoga Francisca Isasmendi, responsável pelo KiVa no Colégio Santa María de Salta, um dos pioneiros no uso do método na Argentina.

Apesar das testemunhas não serem as protagonistas nos casos, o silêncio ou as risadas reforçam o poder do agressor. “Quando um grupo deixa de apoiar o agressor e este fica sozinho, ele para”, explica a psicopedagoga.

No programa, uma equipe treinada trabalha seguindo um protocolo específico com a vítima, o agressor e as testemunhas de forma individual. Além do combate, há o trabalho de prevenção. “Isso inclui lições e atividades que acontecem duas vezes por mês, durante 45 minutos, onde não se fala de casos particulares, mas de conceitos gerais”, explica a diretora do programa KiVa no Instituto Escalae na Espanha, Tiina Mäkelä. Nestes encontros, as crianças são ensinadas a diferenciar um conflito aceitável entre colegas de uma situação de bullying, que não deve ser tolerada.

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