quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Inquérito aponta que menino morto após deixar escola foi agredido

Segundo investigações, ele foi agredido e o suspeito já foi identificado.
A Polícia agora vai abrir um procedimento em desfavor do suspeito.


Do G1 PA

Eduardo de Souza Cordeiro, 12 anos, morreu após ser espancado na escola, em Belém.  (Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal)Eduardo de Souza Cordeiro, 12 anos, morreu no dia 31 de agosto, em Belém. (Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal)
A Polícia Civil concluiu o ínquerito que apurava as condições da morte do estudante Eduardo de Souza Cordeiro, de 12 anos, que foi enviado para o Fórum de Belém, na tarde da última seguda-feira (31). O menino morreu após deixar a escola pública onde estudava, no bairro do Telégrafo, no mês de agosto. De acordo com as investigações, ele foi agredido e o suspeito também já foi identificado.
Segundo a delegada Adriana Magno, que presidiu  o caso, além da agressão também houve uma queda acidental. "O que não conseguimos precisar é o que aconteceu primeiro, mas os dois fatos existiram", explica. A Polícia agora vai abrir um procedimento em desfavor do suspeito. "Não podemos dar muitas informações, mas o suspeito da agressão era alguém com acessa a escola e com idade escolar. Agora vamos apurar o nível de culpa dele. Isso não deve demorar muito", conclui.
Entenda o caso
O menino Eduardo Souza Cordeiro, 12 anos, morreu durante a madrugada do dia 31 de agosto, no Pronto Socorro Municipal Mario Pinotti, em Belém. A família afirma que a criança foi espancada dentro da Escola Estadual Santo Afonso, no bairro do Telégrafo, e não resistiu. Ainda segundo familiares, Eduardo vinha sofrendo bullying e que a família já havia procurado a escola por causa do problema.

Segundo o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML), a morte de Eduardo foi causada em decorrência de uma hemorragia interna.
Após a morte do menino, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc),  informou que estava apurando as circunstâncias do fato e que havia levantado duas versões do fato: a de que o aluno sofreu uma queda durante o intervalo de aula, e a outra de que foi vítima de agressões motivadas por bullying, ainda que a escola não possua histórico de agressões entre estudantes.
Duas versões
Para a família, não havia dúvidas de que Eduardo foi espancado. O tio da criança Mauro Guedes, disse que os ferimentos apresentados por Eduardo foram graves demais para um acidente. "Teve que tirar o baço dele, perfurou um pulmão. Nós tamos querendo saber o motivo dessa agressão, os detalhes de como foi que aconteceu isso", disse.

Eduardo completaria 13 anos no dia 31 setembro, a morte do menino abalou toda a família. "Eu estou rezando muito, pedindo muito para Deus para me dar força para conseguir superar essa dor. Estou cobrando justiça porque não aguento mais isso. A saudade é grande e a cada dia que passa tudo lembra ele...Toda lágrima que eu chorar não vai acalmar nunca meu coração. Isso é inaceitável", disse a mãe da vítima, Sílvia Cordeiro, em último depoimento ao G1.
O menino morreu tentando ser reanimado no Pronto Socorro Municipal. "Chegamos a levar ele pra casa, mas ele tinha muitos hematomas, ficou roxo. Levamos pro Pronto Socorro, fizeram exames, tentaram reanimar. Umas três horas [da madrugada] ele teve cinco paradas cardíacas e morreu às 4h”, conta Rosilene Leal, tia da vítima.
Já para os funcionários da Escola Estadual Santo Afonso, não houve agressão. "O que aconteceu foi uma fatalidade em hora de intervalo. O menino correndo, brincando. Em momento algum teve briga. Até porque quando tem qualquer tipo de briga eles formam logo aquela rodinha e começa 'briga, briga, briga'. E não foi. Os colegas ficaram super preocupados", disse a secretária Vilma Rabelo.
Para a Escola, os ferimentos apresentados por Eduardo foram consequência de um acidente, durante uma brincadeira. "Ele caiu na área e bateu a costela. Colocamos bolsa de gelo, e levaram o menino andando. Ele saiu andando com tio e a avó", afirmou a professora Regina Monteiro.
De acordo com o IML antes da perícia necroscópica, a certidão de óbito de Eduardo indica ruptura de baço, escoriações externas e hematomas.

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